"Muito se fala e se especula sobre os propósitos e fins da realização deste congresso extraordinário, como se os nossos estatutos não admitissem essa possibilidade, sempre que fosse necessário, quando na verdade não é o primeiro na história do nosso partido, mas o VIII extraordinário", disse o líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), quando discursava na abertura da reunião do Conselho de Honra.
Segundo João Lourenço, essas especulações só vêm demonstrar a importância que o partido tem na sociedade angolana, "não deixando ninguém indiferente sempre que nos reunimos para analisar a nossa vida interna, e a situação política, económica e social do país".
"Coisa que o fazemos com a maior abertura possível, porque não somos nenhuma organização clandestina", disse João Lourenço, frisando que as decisões dos congressos do partido são públicas e do conhecimento dos cidadãos angolanos, e tratando-se de congresso estatutário, têm o dever de prestar informação posterior às competentes instituições do Estado, nomeadamente ao Tribunal Constitucional.
João Lourenço disse que a reunião vai abordar diversas matérias, desde a preparação do congresso extraordinário do partido, que se realiza em dezembro deste ano, ao programa das comemorações dos 50 anos da independência nacional, entre outros.
O também Presidente de Angola referiu que o MPLA precisa refletir sobre o seu passado de luta e de vitórias, mas sobretudo sobre o rumo a seguir no futuro.
O líder do MPLA destacou o contributo "e entrega total" dos membros do Conselho de Honra para o alcance da independência nacional, frisando que 2025 está próximo, altura em que se vai comemorar os 50 anos da independência.
De acordo com o presidente do MPLA, ao longo dos 50 anos, os angolanos souberam consolidar esta conquista da independência e soberania nacional, "abrir o país à democracia multipartidária, à economia de mercado, fazer a paz e a reconciliação nacional entre irmãos, filhos da mesma mãe, Angola".
João Lourenço salientou que os desafios de hoje estão na necessidade do fortalecimento da economia para garantir maior oferta de bens essenciais de consumo, de serviços públicos, maior acesso aos cuidados de saúde, à educação e ensino, maior disponibilidade de oferta de habitação e de emprego.
Atenção especial está a ser dada a agropecuária, disse, acrescentando que o Executivo tem vindo a estimular a produção nacional.
Além do programa de comemorações dos 50 anos de independência angolana, será também apresentada uma informação sobre a segurança alimentar versus produção nacional, contando com a contribuições dos conselheiros sobre estas matérias.
O Conselho de Honra é um órgão de consulta do presidente do MPLA, em decisões de importância nacional, composto por 39 membros.