As nomeações, pelo PR João Lourenço, de José Coimbra Baptista e de Tânio Jorge Mateus da Silva, dois quadros seniores do SINSE, para assumirem os cargos de directores-gerais são um sinal claro de que Miala ‘vergou’ Laborinho na batalha pelo controlo das duas instituições.
A nomeação dos novos directores-gerais do SIC e do SME foi uma decisão do Presidente João Lourenço, atestam fontes do NJ, segundo as quais o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, não foi “tido nem achado”. Apesar de o anúncio público ter sido feito na noite da passada sexta-feira, 25, a decisão foi tomada durante a manhã do mesmo dia.
“Sendo directores nacionais, a regra é a de serem nomeados pelo PR, sob proposta do ministro de tutela. Quando tal não acontece, é sinal de uma verdadeira ruptura e quebra de confiança de João Lourenço em relação ao ministro Eugénio Laborinho”, descreve uma fonte do NJ.
A excepção, mas não muito frequente, é a de o Presidente da República assumir a decisão de escolher e nomear o comandante-geral da Polícia Nacional, mas é muito raro acontecer com directores nacionais. João Lourenço assumiu o ónus destas nomeações. Fê-las na sexta- feira, 25, e a cerimónia de tomada de posse ocorreu na segunda, 28, no Palácio da Cidade Alta.
Eugénio Laborinho limitou-se a cumprir formalismo com uma simples cerimónia de apresentação dos novos directores na terça-feira, 29, na Sala de Reuniões do Comando Nacional do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, na zona do Bungo. Há, aqui, uma mensagem que é passada e que é necessário retê-la: até então, tido como muito próximo e confidente de João Lourenço, o ministro Laborinho acaba de ser ‘esvaziado’ de poderes e vê o Presidente da República reforçar os poderes de Fernando Miala e introduzir ‘operativos’ seus em estruturas estratégicas e vitais como o SIC e SME. NJ