Isabel dos Santos ataca o que qualifica de campanhas de notícias falsas em Angola a propósito do estado de saúde do pai, o presidente angolano. A empresária angolana faz a ligação à campanha eleitoral para as eleições presidenciais, que vão escolher o sucessor de José Eduardo dos Santos em agosto, e denuncia “oportunistas” e a vontade de criar “confusão e tumulto político em Angola.”
José Eduardo dos Santos está internado numa clínica em Barcelona para receber tratamento médico. A informação sobre o internamente do presidente surgiu na sequência de boatos que circularam em Luanda de que a situação de saúde de Eduardo dos Santos se teria agravado, podendo mesmo estar morto.
O regresso de José Eduardo dos Santos a Angola está previsto para o início desta semana e esta não foi a primeira vez que se deslocou à clínica oncológica espanhola para receber tratamentos.
No Twitter, Isabel dos Santos deixou uma referência às notícias falsas que circulam em Angola no período que antecede a campanha eleitoral angolana.
Muitas campanhas de #notíciasFalsas em Angola neste período #pre-eleitoral . Angola #FakeNews campaigns during #pre-Elections
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 12 de maio de 2017
Na conta de Instagram que lhe é atribuída, Isabel dos Santos vai mais longe nos ataques às notícias sobre o estado de saúde do pai, atribuindo a estas invenções à “vontade insaciável de criar confusão e tumulto político em Angola.
Apesar de Isabel dos Santos não o afirmar diretamente, em causa estarão, no caso destas publicações, notícias de um alegado agravamento do estado de saúde do líder de angolano, o que está ainda por confirmar oficialmente.
Escreve o Folha 8 que José Eduardo dos Santos terá sido obrigado a regressar de urgência a Espanha, estando em causa o tratamento de uma doença de foro oncológico. O estado de saúde do presidente estará, segundo o Maka Angola a "causar grande apreensão entre as figuras cimeiras do MPLA, o partido que governa Angola há quase 42 anos".
Na sequência dos rumores também o ativista Luaty Beirão se manifestou através da rede social Facebook.
"As notícias não são boas, nada boas. Há alguns anos que andamos a receber sinais da degradação do estado de saúde do Presidente da República e constatando o óbvio: o que quer que seja que lhe esteja a consumir, está a avançar e parece ser irreversível. (...) José Eduardo fez muito mal a este país e a este povo sofrido, mas a morte é uma saída muito fácil de cena. Ele deve continuar vivo (...) para ver que não irá ser lembrado como um "bom patriota" pela longa lista de tropelias da qual foi promotor. (...) Rápidas melhoras senhor presidente", pode ler-se na publicação do ativista.
José Eduardo dos Santos não integra as listas do partido às eleições gerais deste ano, encabeçadas pelo general João Lourenço, candidato a Presidente da República de Angola.
A posição foi transmitida por José Eduardo dos Santos no discurso de abertura da reunião do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) que decorreu em Luanda a 3 de fevereiro deste ano, com a aprovação da lista de candidatos do partido a deputados nas eleições gerais de agosto em agenda.
José Eduardo dos Santos é Presidente de Angola desde setembro de 1979, cargo que assumiu após a morte de Agostinho Neto, o primeiro Presidente angolano.