Isabel dos Santos iria também ser ouvida no quadro de um processo-crime instaurado pela PGR ao actual presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, alegadamente por difamação, de que a empresária é queixosa.
A PGR reagia, assim, a um comunicado de imprensa da empresária, distribuído na terça-feira, no qual Isabel dos Santos nega ter recebido alguma notificação da procuradoria angolana.
“Foi com surpresa que a Eng.ª Isabel dos Santos tomou conhecimento através da comunicação social que teria sido notificada para responder sobre actos da sua gestão na Sonangol, onde assumiu funções de Presidente do Conselho de Administração”, indica o comunicado, distribuído pela agência portuguesa de comunicação LPM.
A notificação, segundo fonte da PGR, foi recebida a 17 de Julho em casa da empresária por uma empregada, que a assinou, embora a própria Isabel dos Santos estivesse no imóvel.
A 28 de Fevereiro último, o actual presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, acusou a empresária de ter gasto 135 milhões de dólares com consultoria e de ter autorizado uma transferência de outros 38 milhões, um dia depois da sua exoneração.
O gestor denunciou, igualmente, entre outras alegadas irregularidades, a existência de um suposto "caixa dois", para o processamento de salários fora do circuito normal de pagamentos. Isabel dos Santos foi exonerada do cargo de presidente do Conselho de Administração da Sonangol em 15 de Novembro de 2017, depois de ter assumido as funções em Junho de 2016.