A também vice-presidente da Centennial Energy Company, Limited, argumentou na audiência de julgamento que a empresa não efectuou uma transferência interbancária do avultado valor para Angola, por ser um processo muito burocrático.
A deslocação ao país com o cheque, na versão dos réus, seria uma forma de mostrar a capacidade de investimento desta entidade.
Monthita, de 29 anos de idade, é esposa de Raveeroj Ritchoteanan, apontado como o principal mentor do processo. Acrescentou que optaram por trazer o cheque em mão por questões de celeridade e segurança.
Ao voltar a ser ouvido na audiência de julgamento de hoje, o réu Raveeroj Ritchoteanan reforçou que os valores só seriam transferidos caso fosse acordado um Memorando entre a Centennial Energy Comany, Limited, o Fundo de Apoio Social (FAS), a Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP), um ministro ou o Chefe de Estado.
A partir daí, esclareceu o réu e presidente da Centennial Energy Comany, Limited, a transferência dos USD 50 mil milhões, domiciliados num dos bancos nos Estados Unidos, seria autorizada pela Reserva Federal Americana.
No decorrer desta sessão, o Ministério Público (MP), autor da acusação, questionou o facto de a empresa dos réus possuir carimbos do Banco Central tailandês no quarto de uma unidade hoteleira da capital, onde tinham sido detidos, tendo Raveeroj Ritchoteanan pedido para verificar o material apreendido..
Em função da falta de provas no tribunal, o MP pediu que estas fossem presentes na próxima audição, um pedido aceite pelos juízes.
O julgamento do caso “Burla Tailandesa” está a cargo dos juízes Domingos Mesquita, Daniel Modesto e Aurélio Simba e nele constam ainda 38 declarantes.
Entre os arguidos está o ex-director da extinta Unidade Técnica para Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia, outros três angolanos, quatro tailandeses, um canadiano e um eritreu.
Todos são acusados pelo Ministério Público de terem praticado crimes de falsificação de documentos, burla por defraudação, associação de malfeitores e branqueamento de capitais.
O esquema foi revelado em 2017, quando supostos investidores tailandeses, com alegadas cumplicidades de cidadãos nacionais, tentaram "burlar" o Estado angolano.