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UNITA quer contar a verdadeira história de Jonas Savimbi "sem manipulações"

Post by: 23 February, 2019

A UNITA, maior partido da oposição em Angola, quer que se conte e analise a "verdadeira" história sobre Jonas Savimbi, para que o cofundador do partido, morto em combate em 2002, possa ser elevado ao estatuto de herói nacional.

A medida está contida no ciclo de atividades alusivas às exéquias fúnebres de Jonas Malheiro Savimbi, a quem a União Nacional para a Independência de Angola (UNITA) consagrou 2019 como "ano da consagração" e cujos restos mortais serão trasladados para o cemitério de Lopitanga (Munhango) em data a definir, dependendo do resultado das análises ao ADN do fundador do partido, iniciadas a 31 de janeiro.

O ciclo de atividades foi apresentado hoje em Talatona, a sul de Luanda, pelo secretário-geral da UNITA, Franco Marcolino Nhany, no quadro da I Conferência Nacional que o partido do "Galo Negro" realizou simultaneamente em todas as capitais provinciais de Angola, e em que o movimento decretou a data de 22 de fevereiro como "Dia do Patriota".

Segundo o cronograma, a UNITA vai realizar mais duas conferências nacionais antes das cerimónias fúnebres, com a segunda marcada para 13 de março e a terceira para 28 do mesmo mês, para que possa dar a conhecer a "verdadeira dimensão" de Jonas Malheiro Savimbi, que criou o partido em 1966.

Segundo o secretário-geral do "Galo Negro", as conferências estarão subordinadas à vida e obra do líder histórico" da UNITA, que nasceu a 03 de agosto de 1934, no Munhango, comuna fronteiriça entre as províncias do Bié e Moxico, e que viria a ser morto em combate após uma perseguição das Forças Armadas Angolanas a 22 de fevereiro de 2002, próximo de Lucusse, no Moxico.

Franco Nhany salientou que se pretende mostrar Jonas Savimbi como "estratega, político, diplomata, humanista, homem de letras e de cultura, patriota, promotor da valorização da mulher e da juventude e ainda como pai e homem de família", temas que serão abordados ao longo das conferências.

"Os adversários continuam a denegrir e a ofuscar [a imagem de Jonas Savimbi] para manipular a História. Mas a postura e o legado está a ser compreendido por todos os angolanos e é já uma fonte de inspiração, pois marcou a História da luta pela independência e pela democracia", sublinhou Franco Nhany.

No início deste ano, a UNITA declarou 2019 como "ano da consagração da memória" do seu líder histórico.

A exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi foi realizada a 31 e janeiro passado e insere-se no quadro da "reconciliação nacional" promovida por João Lourenço - Governo e UNITA mantiveram uma guerra civil de 27 anos (1975/2002) -, que já permitiu realizar idêntico processo, concluído com uma homenagem ao mais alto nível, a um alto militar do exército do "Galo Negro", o general Arlindo Chenda Pena "Ben Ben", em setembro de 2018.

"Ben Ben" foi comandante do antigo exército da UNITA, as Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), e, após a breve reconciliação concretizada em 1998, foi designado ex-chefe adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA), quando, no mesmo ano, viria a morrer devido a doença.

Os restos mortais de "Ben Ben" estavam sepultados num cemitério em Zandfontein, próximo de Pretória, na África do Sul.

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