Os dados foram avançados nesta quinta-feira, em Luanda, pela directora-adjunta do INE, Ana Paula Machado, durante a apresentação dos indicadores sobre Emprego e Desemprego 2018/2019.
No encontro foi igualmente realizado o lançamento do Inquérito de Emprego em Angola (IEA) para o presente ano (2019).
Numa amostra de 3.675.816 pessoas, a taxa de desemprego foi de 26,6 por cento para os homens e de 30,9 por cento em mulheres, no período de Março de 2018 a Fevereiro de 2019.
De acordo com o referido relatório, registou-se uma taxa de 36,5 por cento na área urbana e 16,2 na zona rural.
Ana Paula Machado fez saber que a taxa de desemprego juvenil entre os 15 a 24 anos é de 52,4 por cento. Acrescentou que num universo de cem jovens cerca de 52 estão sem emprego.
A diferença entre os grupos etários de 15 a 24 e de 25 a 34 anos é de cerca de 26,6 por cento e diminui numa percentagem de 10,3 entre as idades de 25 a 34 e 35 a 24.
A pesquisa aponta igualmente uma taxa de emprego de 61,6 por cento, com 64,8 por cento para homens e 58,7 por cento para mulheres.
Para a área rural, a taxa de emprego situa-se em 75,7 por cento, enquanto na urbana é de 53,5 %. Os sectores da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca empregam o maior número de pessoas, cerca de 46 por cento, seguido dos serviços com 45,3 %, a indústria, construção, energia e água com 8,1 %.
O estudo adianta ainda que 42 por cento das 100 pessoas empregadas (41,6 por cento) trabalham por conta própria, enquanto cerca de 19 (18,7 por cento) funcionam no sector privado.
No mercado informal a percentagem é de 72,6, com o maior índice de cidadãos entre 25 a 64 anos (74 por cento). A população inactiva atinge 13,5 por cento.
Situação dos jovens
Cerca de 37 por cento dos jovens entre os 15 aos 24 anos estão inseridos no mercado do trabalho em Angola.
A pesquisa revela ainda que cerca de um quarto dos jovens entre os 15 aos 17 anos comprometem a formação escolar básica por estarem, precocemente, inseridos no mercado de trabalho.
O estudo, que conta com o apoio do Banco Mundial, está estimado em mais de 10 milhões de dólares e envolveu mais de 300 técnicos.
Segundo Ana Paula Machado, a taxa de desemprego diminui consoante a idade aumenta, atingindo a taxa máxima nos jovens entre os 15 aos 24 anos (52,4 por cento).
A responsável sublinhou ser preocupante o facto de 11,9 por cento dos jovens dos 15 aos 17 anos de idade estarem somente a trabalhar, enquanto 24,9 por cento da faixa etária entre os 15 aos 24 anos não trabalha nem estuda.
Objectivo do IEA 2019
Entretanto, o IEA 2019 visa a produção de indicadores para responder as directrizes do Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022 e tornar-se num sistema de monitoria para avaliar os níveis de emprego e desemprego, informou fonte oficial.
Segundo o responsável para a área de Estatística do Emprego do INE, Ezequiel Luís, o projecto terá uma periodicidade trimestral (4 vezes ao ano) com processos de recolha contínua, durante 12 meses.
Acrescentou que trimestralmente prevê-se pesquisar uma amostra de 912 conglomerados a nível nacional, num total de mais de 10 mil agregados familiares a serem seleccionados.