A transferência destas 200 famílias abre a segunda fase do programa de realojamento realizado pelo Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território que prevê, ate a próxima quinta-feira, realojar 503 famílias residentes nas encostas da Boavista no projecto habitacional Mayé Mayé.
A primeira fase de realojamento ocorreu em Maio deste ano com a transferência de 157 famílias que viviam nas encostas do morro do Sambizanga e do antigo espaço do ex-mercado informal do”Roque Santeiro” para a urbanização Mayé-Mayé.
Em declarações à imprensa, o director Nacional de Gestão Fundiária e Habitação do Ministério das Obras Públicas, Adérito Carlos Mohamed, explicou que o processo de realojamento abrange as famílias que se encontram no espaço do antigo mercado cujas condições de habitalidade não sejam adequadas.
Disse que na época chuvosa, os moradores debatem-se com problemas diversos que não ofereciam nenhuma dignidade.
Adérito Carlos Mohamed explicou que o local, de onde estão a ser retiradas as famílias, é uma zona endémica do ponto de vista de vulnerabilidade, e a transferência visa garantir a segurança destas famílias.
Esclareceu que depois de desabitada, a área passará por um processo de requalificação e reordenamento para ocupação urbana, surgindo no local um outro projecto.
Depois da conclusão do programa de realojamento no local, prosseguiu o responsável, virá uma outra equipa técnica que vai ocupar-se da análise dos solos da zona e ver que tipo de projecto pode ser implementado naquele espaço.
Por seu turno, Laurinda Adriano, residente há 25 anos no bairro do Morro do Boi, congratulou-se com o programa de realojamento e satisfeita com as condições da casa e do bairro Mayé-Mayé onde passa doravante a viver.
Disse que era um perigo sair de casa às 6 horas da manhã para ir trabalhar, por causa dos marginais que assaltavam nos becos do bairro do Morro do Boi.
Já a cidadã Domingos João, contemplada com uma residência da tipologia T2, manifestou também a sua satisfação pela nova residência e as condições que encontrou no local.
Nesta segunda fase, serão realojadas mais 503 famílias, num total de três mil pessoas que passarão a residir em melhores condições, com água potável, energia eléctrica e com a garantia de enquadramento escolar das crianças.
O projecto habitacional Mayé-Mayé conta com mais de três mil habitações.
A primeira fase do projecto concluída há mais de dois anos, começou em 2016, e contempla duas mil casas T2 e mil T3.
Em construção estão 1.522 casas para serem entregues em breve.
O programa é integrado e estruturado, com acesso a escolas, posto de saúde e esquadra policial, no âmbito da proximidade dos serviços sociais básicos às populações.