"Este concurso vem em boa hora, porquanto já há muito vivemos e trabalhamos aflitos por falta de nova força, de novo sangue na PGR, uma vez que as pessoas que labutavam neste órgão muitos faleceram e outros reformados deixaram um grande vazio", afirmou hoje Elias Pinto, secretário-geral do sindicato, em declarações à Lusa.
Segundo o sindicalista, a "fuga" de alguns técnicos de justiça da PGR "para a magistratura do Ministério Público e para empresas que remuneravam melhor" contribuiu para o atual défice de funcionários da PGR, contando atualmente com menos de 2.000.
"Este défice (de técnicos) tem estado a impedir o bom funcionamento e reduz completamente as estatísticas do trabalho que realizamos todos os dias, porque requer força, requer homens e todo o manancial que visa potenciar a própria PGR e o Estado angolano em si", sublinhou.
O Governo angolano aprovou 450 vagas para o ingresso na carreira de técnicos de justiça do regime especial da PGR e 500 vagas de ingresso nas carreiras dos tribunais do regime especial de oficiais de justiça.
A atribuição de vagas para o ingresso de técnicos de justiça da PGR angolana vem expressa num despacho conjunto dos Ministérios da Justiça e da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social angolanos, a que a Lusa teve hoje acesso.
Para Elias Pinto, a quota de vagas atribuída à PGR "é uma gota no oceano, pelo país inteiro, esse número é insuficiente".
"Não sei se o Estado observa o país com olhos de ver ou se tem aquela panorâmica concreta de saber o que é que o país precisa e quantos municípios tem o país para então optar em 450 vagas", referiu.
"Não vamos cair nesta situação da falta de dinheiro, o que não é bem verdade, o país tem recursos suficientes para colocar as pessoas a funcionar e esse hábito de que o país não tem dinheiro é pura mentira", referiu o sindicalista.
Segundo o despacho conjunto n.º 5603/21 de 13 de dezembro de 2021, já publicado em Diário da República, o órgão central da PGR angolana deve absorver 47 novos técnicos.