"No âmbito da efetivação do plano de contingência" para retirar cidadãos angolanos que deixaram a Ucrânia e se refugiaram na Polónia, desde o início do conflito com a Rússia, o Governo de Angola, através da missão diplomática no território polaco, “criou condições de receção de todos os cidadãos angolanos atingidos pelo conflito, tendo até 05 de março chegado a Varsóvia 277 cidadãos", referiu um comunicado emitido pelo ministério.
"Em função disto, o executivo angolano mobilizou um meio aéreo – um Boeing Triple Seven - para trazer para Angola a totalidade dos referidos cidadãos, incluindo os cônjuges nacionais e estrangeiros", precisou a nota.
Porém, acrescentou o ministério: "Dos 277 cidadãos acolhidos em Varsóvia, apenas 30 aceitaram embarcar para Angola, tendo os restantes decidido permanecer em solo polaco por sua conta e risco, o que exonera o Estado angolano de responsabilidades sobre estes cidadãos, exceto apoio consular possível".
Por isso, e "no âmbito da vocação panafricanista da República de Angola, o Governo aceitou transportar no mesmo avião cidadãos de outros países" do continente africano.
No dia 02 de março, o Governo angolano já tinha dito que estava a preparar a retirada dos seus cidadãos em fuga da guerra na Ucrânia “em estreita ligação” com as suas representações diplomáticas na Rússia, Polónia, Sérvia e Hungria.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores angolano disse então estar “a trabalhar para a efetivação do Plano de Contingência de Evacuação no sentido de assegurar a devida proteção consular dos cidadãos angolanos que se encontram retidos nas áreas de conflito na Ucrânia”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.