O presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, em exclusivo ao jornal OPAÍS, avançou que a sua organização, a Associação dos Taxistas de Angola (ATA) e a Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), juntaram-se para contabilizar os dados.

De acordo com este líder associativo, o encontro serviu, também, como uma preparação para que se encontre a data, na qual deverão anunciar a decisão sobre uma paralisação ou a alteração do preço da corrida de táxi, caso o número de cartões distribuídos venha a ser muito inferior ao de taxistas licenciados.

“Estamos agora reunidos para encontrarmos essa data, dentro desta semana que começa hoje; do dia concreto em que as associações vão se pronunciar. Neste momento, estamos a concertar isso”, adiantou.

Francisco Paciente referiu ainda que a decisão não será tomada nesta Segunda-feira, 3, pelo facto de estarem em falta os dados relacionados com as demais províncias do país, uma vez que foram disponibilizados, unicamente, os de Luanda.

Explicou que, na passada Quarta-feira, depois de recolherem as informações sobre a situação, na capital, não conseguiram ter acesso a outros a partir da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), instituição capaz de proceder neste sentido.

Por conta desta indisponibilidade de informações, Francisco Paciente assegurou que as associações vão procurar maneiras através das quais possam adquirir os dados em falta até pelo menos na próxima Terça-feira, 4.

“Amanhã [hoje], vamos procurar ter os dados das demais províncias, e fixarmos a data da conferência, em que vamos nos pronunciar em relação a isto. O que está a acontecer é a conclusão da compilação de dados”, esclareceu, tendo mais tarde acrescentado que “estes dados é que vão determinar a decisão”.

O limite das informações à disposição e, consequentemente, analisadas, foi o dia 28 do último mês de Junho, relativamente aos cartões para táxis Azul e Branco, Gira-bairro e Moto-taxistas, segundo o presidente da ANATA.

Preferiu não avançar se os dados são ou não satisfatórios, a fim de se prevenir de uma possível traição dos números dos últimos dias do mês transacto, que ainda não foram disponibilizados, acreditando na sua melhoria. “Talvez houve aceleração, porque sabem que estamos num período em que precisam acelerar”.

Aviso soou há 15 dias

Os primeiros avisos sobre a possível greve foram lançados, no passado dia 19 de Junho, quando o presidente da ATA, Rafael Inácio, avançou ao jornal OPAÍS, que as burocracias que estão a afectar o processo de emissão e distribuição dos cartões podem levar as associações a confirmarem uma paralisação.

O alerta foi lançado, na ocasião, por Rafael Inácio, quando reagia ao conteúdo de uma nota posta a circular, nas redes sociais, a dar conta de uma greve dos taxistas convocada para os dias 19, 20 e 21 daquele mês.

No entanto, o líder associativo queixou-se do referido processo pelo facto de, na altura, somente um grupo (a que chamou de “muitíssimo reduzido”) ter recebido os cartões prometidos, realidade que não satisfaz a classe, que, nos dias posteriores poderia decidir, em assembleia, se paralisa ou não.

Rafael Inácio esclareceu que menos de 10 por cento do total de taxistas licenciados para este exercício recebeu o instrumento de subvenção, o que julga insuficiente, uma vez que, enquanto o processo não for concluído, os homens do volante continuam a ter perdas, no negócio de transporte de pessoas e bens.

O presidente da ATA avançou que a sua associação está a acompanhar, milimetricamente, a entrega dos cartões, e assegurou estar a decorrer de forma tímida e muito burocrática, apesar de as autoridades afirmarem o contrário. Jornal OPAÍS