O porta-voz da CEAST, José Manuel Imbamba, falava à Lusa um dia depois das eleições gerais desta quarta-feira, afirmando que os políticos "devem saber acatar a soberania do povo" e "devem olhar para a democracia como um bem".
"Como uma possibilidade que todos nós temos para podermos jogar na transparência, na Justiça, na verdade e pela Democracia que nós também teremos o jogo das alternâncias que vão fazer com que o país progrida e que cresça para o bem que todos nós desejamos", disse.
Angola realizou na quarta-feira as quartas eleições, segundas gerais, às quais concorreram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
A Comissão Nacional Eleitoral remeteu para as próximas horas o anúncio de resultados oficiais.
A CEAST, referiu o bispo católico, congratula-se com a maneira como o povo acorreu às urnas e com a forma ordeira, disciplinar e harmoniosa como decorreram as eleições, considerando que foi um ato de cidadania e de nobreza.
"E só isto de facto já denota que o povo angolano é pela democracia, é pelo convívio social, é pela harmonia e agora caberá aos nossos políticos saberem fazer bom uso desta nobreza que o povo demonstrou", argumentou José Manuel Imbamba.
Para o arcebispo de Saurimo, "é preciso que as querelas político-partidárias não sufoquem o bem comum, que é a construção do país".
O clérigo acrescentou que a resposta que o povo angolano deu, ao ir ordeiramente às urnas, exige "que os políticos estejam de facto ao serviço do bem deste mesmo povo".
A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.