O Novo Jornal apurou junto da Direcção de Investigação e Ilícitos Penais (DIIP) que o homem, expulso do órgão em 2018 por atitudes indecorosas, já esteve detido em 2017 por roubo de viaturas e por burla.

Após ser posto em liberdade, o ex-agente criou um negócio clandestino de venda de vagas na PN e no SME, tendo como principais vítimas jovens das províncias de Benguela, Huambo e Luanda, explica o porta-voz nacional do DIIP Quintino Ferreira.

O homem trabalhava com mais indivíduos (em fuga), que se deslocavam a estas províncias para recrutar pessoas interessadas e cobravam a cada uma entre os 300 e os 400 mil kwanzas.

Só em Setembro do ano passado, a quadrilha retirou de Benguela mais de 20 mulheres, após terem pago pelas vagas. Chegadas a Luanda, foram abandonadas sem emprego e cada uma procurou um refúgio algures na capital.

Depois de perceberam que foram enganadas, as vítimas fizeram participação às autoridades, que investigaram o caso, e, no último fim-de-semana, conseguiram localizar e deter o ex-polícia.

Em declarações à DIIP, uma das vítimas disse que " pagou 575 mil kz para ela e para o seu irmão", acrescentando que largou o que tinha em Benguela para vir a Luanda em busca de uma oportunidade de emprego, mas sem sucesso.

Também a residir em Luanda, uma outra mulher disse que " pagou 400 mil kwanzas para entrar na polícia com garantia de que iria para recruta nesse mês", mas tudo não passava de um esquema.

O Novo Jornal soube ainda que o burlador detido alugava carros luxuosos para enganar os indivíduos em Luanda e andava fardado, para dar credibilidade às suas manobras.

O chefe da quadrilha será encaminhado para o juiz de garantia, enquanto diligências prosseguem para se localizar os demais membros do grupo.