Os motivos dessas restrições foram hoje explicados pelo administrador para a Região de Luanda e zona norte da Empresa Nacional de Distribuição Elétrica (ENDE), Helder Adão, à margem de um seminário sobre a localização de avarias promovido pela empresa produtora e fornecedora de equipamentos elétricos à empresa pública de eletricidade.
Segundo o responsável, a inauguração da central hidroelétrica de Laúca é recente e decorre a fase de ajustamento de parâmetros da nova máquina com as já existentes das outras barragens.
"Nestes últimos tempos fomos sim registando alguns cortes gerais", admitiu Hélder Adão, realçando que é uma situação "previsível, e nada de anormal".
O responsável frisou que os cortes deverão continuar até por altura da entrada em funcionamento da segunda máquina, prevista para outubro próximo.
"Depois de se ajustarem as máquinas, afinar-se os parâmeros certos, para operação em sincronismo com as outras máquinas, fica assegurada a estabilidade do sistema", disse.
O Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, no rio Kwanza, localizado na província de Malange, foi inaugurado pelo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, no início de agosto, a na sua fase de teste, iniciada em julho, vem produzindo 334 megawatts de eletricidade, com a primeira de seis turbinas.
Em quatro meses está previsto que a barragem de Laúca atinja a quota 830, equivalente a uma albufeira com um volume de água de mais de 2.500 milhões de metros cúbicos, sendo por isso a maior em Angola.
O enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade e permitindo a entrada em funcionamento das seis turbinas que estão instaladas e uma produção de cerca de 2.070 MW de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens - Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) - já em funcionamento no rio Kwanza.