Segundo uma informação disponibilizada pela Casa Civil do Presidente da República, em contrapartida, o novo chefe de Estado nomeou outros 54 oficiais generais para várias áreas de confiança.
Desde que tomou posse, a 26 de setembro, na sequência das eleições gerais angolanas de 23 de agosto, João Lourenço procedeu a exonerações de várias administrações de empresas estatais, dos setores de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola, anteriormente nomeadas por José Eduardo dos Santos.
A exoneração de Isabel dos Santos, filha do ex-chefe de Estado, do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, aconteceu na quarta-feira passada e foi a decisão mais mediática, seguindo-se a polícia e as chefias militares.
De saída cargo de secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República está o tenente-general Luís Simão Ernesto, enquanto o tenente-general Humberto Gonçalves de Freitas foi exonerado do cargo de secretário para a Logística e Infraestruturas da Casa de Segurança e o tenente-general Jesus Mário da Conceição Manuel foi exonerado do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros, também da Casa de Segurança.
O tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa foi exonerado do cargo de Chefe-Adjunto da Direção Principal de Logística do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (EMGFAA), o brigadeiro José Manuel Filipe Fernandes do cargo de Diretor-Adjunto da Direção Nacional de Administração e Finanças do Ministério da Defesa Nacional, o contra-almirante Gonçalo Lourenço de Sousa do cargo de Chefe da Direção de Quadros da Direção Principal de Pessoal e Quadros do EMGFAA e o tenente-general Jaime Manuel Pombo Vilinga do cargo de Diretor do Instituto Superior Técnico Militar do EMGFAA.
Entre outras exonerações na estrutura militar que recebeu de José Eduardo dos Santos, Presidente angolano entre setembro de 1979 e setembro de 2017, João Lourenço retirou o cargo de Chefe da Direção de Estudos e Investigação Militar do EMGFAA ao tenente-general Miguel Domingos Júnior, o cargo de Chefe da Direção de Ensino e Pesquisa da Direção Principal e Preparação de Tropas e Ensino do EMGFAA ao tenente-general João Jorge e o cargo de Diretor de Gabinete do Ministro da Defesa Nacional ao tenente-general Nassone João.
Outros seis brigadeiros e três coronéis foram igualmente exonerados de funções de chefias em várias estruturas militares.
Entre as 54 nomeações feitas na segunda-feira, João Lourenço colocou o brigadeiro José Manuel Filipe Fernandes no cargo de secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República e o brigadeiro Angelino Domingos Vieira como secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança.
O tenente-general Alberto Noé Alfredo passa a ser Chefe da Direção de Guerra Eletrónica da Direção Principal de Inteligência Militar Operativa do EMGFAA, o tenente-general António Lamas Benedito Xavier Chefe da Direção de Defesa Antiaérea da Força Aérea Nacional, o tenente-general Justino Lumbungululo como Diretor do Gabinete de Estudos e Assuntos Jurídicos do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar,
O tenente-general Óscar Filomeno de Jesus Alves Marques foi nomeado para Chefe da Direção de Administração, Finanças e Serviços Gerais do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar e o contra-almirante António Paulo Basílio como Chefe Adjunto de Direção de Contra-Inteligência Militar da Marinha de Guerra Angolana.
O tenente-general Miguel Domingos Júnior passa a ocupar o cargo de Diretor do Instituto Superior Técnico Militar do EMGFAA, o tenente-general Nassone João como Chefe da Direção de Ensino e Pesquisa da Direção Principal de Preparação de Tropas e Ensino do EMGFAA, e, entre outros, o tenente-general José Maria da Conceição Campos da Silva fica com o cargo de Inspetor do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar.
General na reserva, João Lourenço, de 62 anos, tornou-se em setembro no terceiro Presidente da República de Angola, sucedendo a José Eduardo dos Santos, que continua a liderar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde a independência, em 1975.