O presidente da UNITA Isaías Samakuva anunciou há meses que deixaria a liderança do partido depois das eleições de 23 de Agosto, independentemente dos resultados.
Concluído o processo, o assunto continua no “segredo dos deuses” e qualquer decisão nesse sentido é remetida por dirigentes do partido para uma reunião posterior dos dois principais órgãos de decisão: o Comité Permanente e a Comissão Política.
Por agora, a direcção do maior partido da oposição considera que as eleições foram fraudulentas, mas não defende a política da cadeira vazia e os seus deputados eleitos vão assumir os seus postos no Parlamento.
A VOA perguntou ao presidente UNITA se vai estar presente no acto de investidura de João Lourenço como Presidente, mas Isaías Samakuva optou pelo silêncio.
Questionado também se vai abandonar a liderança do partido como prometeu, Samakuva também não respondeu, mas enviou um recado aos seus militantes.
"Nos próximos dias, nas próximas semanas, vamos ver formas de conversarmos porque estes não podem ficar aí mais cinco anos, é muito tempo", disse o presidente da UNITA.
Por seu lado, questionado também pela VOA sobre o futuro de Samakuva, o porta-voz do partido Alcides Sakala remeteu qualquer decisão para as reuniões do Comité Permanente e da Comissão Politica.
"Ainda não reflectimos sobre isso, toda e qualquer informação sobre este e outros aspectos será comunicada depois de reunirmos o Comité Permanente e a Comissão Política", explicou Sakala.
Não há vozes ainda
O candidato à liderança da UNITA derrotado no último congresso, general Abilio Kamalata Numa, diz não se terem levantado vozes ainda para a sucessão de Samakuva.
"Não há ainda vozes que se possam levantar, mas o presidente Samakuva, no seu devido, tempo vai ter de honrar o que disse”, defendeu Numa, para quem “só depois das reuniões dos órgãos do partido, será definido qualquer processo de sucessão".
Outro antigo candidato à liderança da UNITA, Lukamba Gato, preferiu ficar no silêncio quando contactado pela VOA.