Em declarações à agência France Presse, fonte na ONU confirmou que, "até ao momento, foram registados oito mortos, sete em Kinshasa e um em Kananga", bem como 82 detenções na capital e 41 no resto do país.
Os agentes dispararam hoje contra fiéis de várias paróquias catíolicas que se manifestavam com o objetivo de pedir que Joseph Kabila declare, publicamente, que não será candidato nas próximas presidenciais. O protesto acontece um ano depois da assinatura do acordo de São Silvestre, que previa a realização de eleições antes do final de 2017.
Apesar de o Governo ter proibido qualquer manifestação de caráter político, vários fiéis e ativistas decidiram organizar protestos, liderados pelos párocos.
Em Kinshasa, no distrito de Lemba, as forças de segurança dispararam tiros para o ar e lançaram gás lacrimogéneo numa igreja, onde estavam previstas manifestações, situação que se repetiu no bairro de Mbudi, nas paróquias de São Gabriel de Yolo e São Roberto.
Governo e oposição assinaram há exatamente um ano o Acordo de São Silvestre para realizar eleições antes do fim de 2017. No entanto, a Comissão Eleitoral anunciou em outubro que não seria possível convocá-las até 2019, apesar de isto representar o descumprimento do acordo.
Finalmente, a Comissão Eleitoral anunciou no mês passado que as eleições presidenciais aconteceriam em 23 de dezembro de 2018, para substituir o presidente Joseph Kabila.
O pleito deveria ter sido realizado originalmente em dezembro de 2016, mas as autoridades congolesas o adiaram alegando deficiências no censo, uma decisão que foi considerada pela oposição como uma manobra de Kabila para adiar sua saída da presidência.
Kabila, que se mantém no cargo desde a morte de seu pai em 2001, já concorreu a duas eleições e, segundo a Constituição, não poderia se apresentar como candidato para um terceiro mandato. Sputnik