Morgan Tsvangirai, de 65 anos e que luta há dois contra um cancro no cólon, lidera o maior partido da oposição zimbabueana, Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla inglesa) desde a fundação desta força política, em 1999.
"Estou a analisar a perspetiva de nós, os da geração mais velha, deixarmos a liderança para a entregar à nova geração, para que esta possa levar por diante a enorme tarefa" de reconstrução do país, afirmou Tsvangirai, que foi primeiro-ministro entre fevereiro de 2009 e setembro de 2013.
Se se confirmar a desistência do líder da oposição, as eleições presidenciais no Zimbabué, previstas para meados deste ano, serão as primeiras sem a presença do ex-chefe de Estado, Robert Mugabe, e Tsvangirai,
Mugabe, 93 anos, resignou em novembro após pressão dos militares, tendo também deixado a liderança da União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica (ZANU-PF), no poder desde a independência do país (antiga Rodésia), em abril de 1980.
A 05 deste mês, o novo chefe de Estado interino zimbabueano, Emmerson Mnangagwa, ex-vice-Presidente, visitou Tsvangirai, naquele que considerou ter sido um "gesto simbólico", indicando que o líder da oposição estava a recuperar bem dos tratamentos a que tem sido submetido para combater a doença.
Na ocasião, e além do breve comentário sobre Tsvangirai, o Presidente interino afirmou unicamente estar posta de parte a antecipação das eleições e a formação de um governo de unidade nacional.
A visita de Mnangagwa a Tsvangirai foi considerada "simbólica", tanto mais que o líder da oposição foi, durante anos, acusado pela ZANU-PF e pelos militares que sempre apoiaram o regime de Mugabe de se ter tornado uma "marioneta" do Ocidente.
Grande parte da oposição zimbabueana aliou-se numa frente de luta contra o regime da ZANU-PF e escolheu Tsvangirai como candidato às eleições gerais (presidenciais e legislativas) previstas para meados deste ano.
Tsvangirai nasceu a 10 de março de 1952 em Gutu, a sul de Harare, e, antes de chegar à política, foi sindicalista e ativista dos direitos humanos. Foi sucessivamente derrotado por Mugabe nas eleições presidenciais de 2002, 2007 e 2013.
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