Zuma está sendo processado por suspeitas envolvendo um contrato para aquisição de armas firmado nos anos 1990, quando era vice-presidente.
Mais tarde Zuma disse a milhares de apoiadores do lado de fora do tribunal de Durban que seus adversários estão contando mentiras e que o Judiciário e os políticos acreditam que ele não tem direitos.
"A verdade virá à tona. O que eu fiz?", disse Zuma à multidão exultante, falando em zulu em sua província de Kwa-Zulu Natal. "Sou inocente até prova em contrário."
Zuma nega qualquer irregularidade e está questionando a abertura de um processo, um acontecimento dramático em um continente no qual líderes políticos raramente são responsabilizados por suas ações perante a lei.
A rapidez com que os procuradores agendaram sua aparição diante da corte é um sinal da perda de controle sofrida por Zuma desde que seu sucessor, Cyril Ramaphosa, se tornou o líder do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) em dezembro.
Zuma, que jamais perdeu a habilidade de animar uma multidão com danças e cantos tradicionais, ainda conserva algum apoio popular, especialmente em território zulu.
Adiamento
Durante uma aparição que durou menos de 15 minutos, os procuradores do Estado e os advogados de Zuma pediram à Alta Corte de Durban para suspender o caso até 8 de junho para que os dois lados possam preparar seus argumentos, pedido acatado pelo juiz Themba Sishi.
Em 2009, o Supremo Tribunal da África do Sul chegou a derrubar 783 acusações de corrupção contra ele, o que lhe permitiu concorrer à presidência naquele ano.
Mas, no final do ano passado, mais alta corte sul-africana decidiu revisar as centenas de acusações que pesavam contra o então presidente. Pressionado, Zuma renunciou ao cargo e agora enfrenta pelo menos 16 processos por corrupção, extorsão, fraude e lavagem de dinheiro.
"Eu nunca vi isso antes, quando alguém é acusado de um crime, essas acusações são abandonadas e, anos depois, essas mesmas acusações são restabelecidas", disse ele, falando em zulu. "Esta é apenas uma conspiração política".