"Levantar a interdição de manifestações públicas ajudaria muito a abrir o espaço político, permitindo ao povo da República Democrática do Congo exercer livremente os seus direitos políticos e civis", afirma o responsável da ONU, num relatório suplementar publicado hoje.
Todas as manifestações da oposição estão proibidas desde setembro de 2016 no país, onde a repressão de marchas dos católicos desde 31 de dezembro causou 15 mortos.
"As divergências persistentes entre os representantes políticos sobre o processo eleitoral e um espaço político muito fechado continuam a ser uma ameaça para a realização de eleições credíveis e inclusivas", avisa ainda António Guterres.
Assim, o secretário-geral da ONU apela ao governo de Kinshasa para que adote "as medidas necessárias para garantir a confiança no processo eleitoral e abrir caminho para uma transferência democrática do poder".
O responsável exige ainda ao partido maioritária e à oposição que "superem os interesses partidários e trabalhem para a consolidação das práticas democráticas na República Democrática do Congo".
Guterres encoraja ainda o Governo a favorecer as candidaturas de mulheres e pede que liberte as verbas para a Comissão Eleitoral Nacional Independente.
O secretário-geral das Nações Unidas tem a intenção de se deslocar nos próximos meses a Kinshasa, com o presidente da comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, para discutir com o Presidente congolês, Joseph Kabila, as eleições presidenciais e legislativas, previstas para 23 de dezembro.