García ter-se-à fechado no quarto quando as autoridades apareceram à sua porta, e disparou um tiro na cabeça. Ainda foi transportado para o Hospital Casimiro Ulloa, pelas 6h50 (hora local), onde sofreu várias paragens cardíacas durante a cirurgia a que foi submetido, morrendo várias horas depois, revela a TeleSur.
A decisão de tirar a própria vida ocorreu quando os agentes da Divisão de Investigação Criminal de Alta Complexidade foram a sua casa, para o deterem a garantir o cumprimento de 10 dias de prisão preventiva, ordenada pelo poder judiciário.
O antigo presidente era um dos quatro ex-chefes de Estado do país sob investigação por, alegadamente, terem recebido subornos da construtora brasileira Odebrecht. Além de García, foi ordenada a prisão de Luis Nava e Miguel Atala, ambos colaboradores próximos do ex-Presidente e conhecidos como seus testas-de-ferro.
A situação jurídica García complicou-se depois de, no domingo, ter sido noticiado que a Odebrecht, no âmbito do acordo de cooperação que tem com o sistema judicial peruano, ter revelado que Luis Nava e o seu filho, José Antonio, receberam 4 milhões de dólares para ganhar o concurso de construção de uma linha do metro de Lima.
O ano passado o Uruguai rejeitou o seu pedido de asilo político depois do ex-presidente ter passado cerca de duas semanas na embaixada do país, em Lima. García tem negado as alegações e sempre argumentou estar a ser vítima de perseguição política.
O antigo chefe de Estado foi presidente do Peru de 1985 a 1990 e entre 2006 e 2011.
O caso da Odebrecht no Peru envolve também os ex-presidentes Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski. E já levaram à prisão do ex-Presidente Pedro Pablo Kuczynski e da líder da oposição peruana, Keiko Fujimori, filha do ex-Presidente Alberto Fujimori.