O novo governador de Kinshasa, Gentiny Ngobila, fez saber numa carta enviada aos responsáveis da coligação da oposição Lamuka que, "lamentavelmente", não poderia dar seguimento ao pedido de manifestação na "data sagrada e comemorativa de 30 de junho", o dia do 59.º aniversário da independência da RDC.
"Organizar marchas nesta data configuraria uma sabotagem contra a memória da República", acrescenta a resposta do governador, com data de 27 de junho e difundida nas redes sociais.
O destinatário da carta, Fidèle Babala, coordenador provincial da Lamuka em Kinshasa, confirmou à agência France Press ter recebido a carta pelo correio.
A Lamuka queria organizar uma "marcha pacífica para exigir o respeito pela vontade do povo". Os organizadores queriam que a marcha partisse das "24 comunas de Kinshasa".
A manifestação de 30 de junho foi anunciada por Martin Fayulu em nome dos líderes da Lamuka no passado dia 12, após o anúncio da invalidação da eleição de 23 deputados da coligação pelo Tribunal Constitucional da RDC.
Na mesma altura, Fayulu anunciou a "suspensão das atividades de todos os parlamentares da Lamuka até nova ordem".
O líder da oposição acusou os magistrados de corrupção e o Presidente Felix Tshisekedi e seu antecessor no cargo, Joseph Kabila, suspeitos de estarem ligados por um acordo de coligação política, de terem "assassinado o Estado de direito".
Candidato da oposição às eleições presidenciais realizadas no passado dia 30 de dezembro, Fayulu reivindica desde então a vitória no plebiscito e denuncia os resultados "fabricados" pela comissão eleitoral em benefício de Tshisekedi, com o acordo do seu antecessor, Kabila, que manteve a maioria dos deputados ao Parlamento congolês.
O antigo chefe de Estado Maior do Exército e ex-vice-presidente Jean Pierre Bemba regressou pela segunda vez a Kinshasa em menos de um ano no passado domingo.
O ex-governador do estado congolês de Katanga, Moïse Katumbi, regressou ao país depois de três anos no exílio no passado dia 20 de maio.