EUA ampliam sanções contra Cuba por repressão de protestos em julho

Post by: 14 Agosto, 2021

Os Estados Unidos ampliaram as sanções contra membros do governo de Cuba por causa da repressão dos protestos populares em julho. 

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou, nesta sexta-feira, a imposição de novas sanções a dois funcionários do Ministério do Interior cubano e a uma unidade militar, conhecida como "Boinas Vermelhas", pela reação do governo aos protestos que abalaram a ilha há um mês. Dessa vez, foram punidos Romárico Vidal Sotomayor García e Pedro Orlando Martínez Fernández, bem como as Tropas de Prevenção do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (FAR).

Esta é a terceira rodada de sanções contra Cuba baixada pelo governo de Joe Biden desde julho. No mês passado, a Polícia Nacional e dois chefes da força já haviam sido alvo , além do ministro da Defesa e uma unidade das forças especiais do Ministério do Interior, também por alegações de abusos dos direitos humanos na repressão aos protestos. Após os protestos, o presidente Joe Biden advertiu que imporá medidas punitivas adicionais, a menos que Havana faça reformas significativas.

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— A ação de hoje põe em evidência os autores adicionais responsáveis por suprimir os apelos do povo cubano por liberdade e respeito aos direitos humanos — disse Andrea Gacki, diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro.

Sotomayor é o chefe da Direção Política do ministério, que enviou forças contra os protestos; Martínez coordena a Direção Política da Polícia Nacional Revolucionária (PNR), que foi sancionada anteriormente junto com as FAR. Ao adicioná-los à lista de sanções do Tesouro, as propriedades que tiverem nos Estados Unidos são congeladas e as transações americanas proibidas.

As autoridades cubanas confirmaram que quase 60 pessoas estão sendo processadas pela participação nos protestos do dia 11 de julho, os maiores registrados na ilha desde 1994. Os atos ocorreram em mais de 40 cidades cubanas, deixando um morto e mais de 600 detidos na data dos protestos e nos dias seguintes.

O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, culpou pelas manifestações os Estados Unidos, que nos últimos anos endureceram seu embargo comercial de décadas à ilha. Segundo Canel, muitos manifestantes foram manipulados por campanhas nas redes sociais, orquestradas pelos EUA.

Os Estados Unidos impõem um embargo a quase todas as exportações de Cuba desde 1962. A partir de 2014, o governo de Barack Obama começou uma reaproximação diplomática com o governo cubano, com o objetivo de afrouxar as restrições comerciais, mas ela foi revertida por Donald Trump em 2017, seu primeiro ano na Casa Branca.

Os protestos do dia 11 de julho tiveram como ponto central a grave crise econômica vivida pela ilha, agravada pela política de sanções adotada pelo governo de Donald Trump e mantida por seu sucessor, Joe Biden. Em 2020, o PIB cubano despencou 11%, uma situação agravada também pela pandemia do novo coronavírus, que afastou os turistas estrangeiros e, com eles, uma das principais fontes de renda do país.

Nas ruas, manifestantes denunciavam a falta de alimentos e medicamentos em várias cidades, além de cortes de energia cada vez mais frequentes. Além disso, o país enfrenta o pior momento na pandemia, com uma média diária de casos em torno de 7 mil, e quase 60 mortes a cada 24 horas. G1

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