O chefe de Estado encontra-se na capital angolana desde as 7:00 de hoje, onde na terça-feira vai assistir à tomada de posse do novo Presidente de Angola, João Lourenço, sendo recebido já esta tarde, no palácio presidencial, por José Eduardo dos Santos, em fim de mandato.
Como o próprio Marcelo acabaria por explicar a meio da manhã, o mergulho no Atlântico, junto à ilha de Luanda, serviu para recordar os anos em que, após 2005, dava aulas na Universidade Agostinho Neto, na capital, dias que começavam também com uma ida a banhos, bem cedo.
"Então, de manhãzinha, vinha aqui nadar. Exatamente no mesmo sítio, com as mesmas correntes, puxa ligeiramente para fora, mas uma água quente, muito quente e muito transparente, muito pouco poluída. Está ótima e é um bom começo de dia", enfatizou Marcelo.
Neste regresso a Angola, o Presidente português realçou as "relações fraternais" entre os dois países, e as "correntes" de portugueses e angolanos que se cruzam em ambos os sentidos, para concluir que não podia deixar de estar na cerimónia de investidura do novo chefe de Estado angolano, por ser uma "festa de família".
"A minha presença é a presença de milhões de portugueses", sublinhou.
Além do mergulho no Atlântico, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a marginal de Luanda, altura aproveitada por vários angolanos para tirarem as já habituais 'selfies' com o chefe de Estado português, que durante a tarde tem visita prevista à Universidade Agostinho Neto, para reencontrar antigos alunos.
"Eu já estou tão velho, tão velho, tão velho, que já tenho antigos alunos, antigos mestrandos, que estão a chegar, que já chegaram ou que vão chegar a lugares importantes na política e na administração. Veja lá a minha idade", brincou o chefe de Estado português, em declarações aos jornalistas.
Sublinhou ainda que, entre as empresas portuguesas, "há ideia de continuar a investir em Angola", apesar da crise que o país atravessa, o que pode ser facilitado pela "predisposição" do Governo português em abrir linhas de crédito para facilitar pagamentos.
A oportunidade foi ainda aproveitada para desvalorizar as dúvidas sobre o estado das relações entre Portugal e Angola, nomeadamente devido às investigações da Justiça portuguesa a figuras do regime angolano.
"Aquilo que nos une é muito mais do que aquilo que nos pode separar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que classifica estes atritos como problemas em família.
"Angola pode contar com Portugal, com as empresas, os empresários, os trabalhadores portugueses. E Portugal também obviamente conta com os milhares de angolano que lá vivem, que lá trabalham que lá criam riqueza, a todos os níveis, na economia, na sociedade portuguesa. Estamos juntos, estamos juntos e isso ninguém nos tira", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.