Uma informação daquele ministério, a que a Lusa teve hoje acesso, refere que a informação sobre o "estado de saúde" do Angosat-1 será prestada na segunda-feira, em Luanda, além do ministro das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, por representantes da Airbus e dos russos da Roscosmos e da SC Energia, envolvidos na construção e lançamento do satélite.
"O que eu posso dizer é que o satélite está em órbita e nós vamos avaliar o estado de saúde do satélite no dia 23 com a contraparte russa", adiantou, na terça-feira, em declarações aos jornalistas, em Luanda, o ministro José Carvalho da Rocha.
Na mesma ocasião, o governante recordou que estão cumpridas 13 das 14 etapas, da construção ao início do funcionamento do Angosat-1, da operacionalização do satélite.
Ainda assim, garantiu que o Estado angolano está protegido pelos seguros previstos para todas as etapas deste contrato e respetivas garantias do consórcio russo.
"Só o satélite custa 120 milhões de dólares, há um seguro para este valor. O veículo que leva o satélite, o lançador, custa 100 milhões, há um contrato nesse valor. Só o transporte do satélite de Moscovo até à base tem um seguro", adiantou o ministro angolano.
O Governo angolano anunciou a 21 de março que equipas técnicas de Angola e da Rússia reúnem-se este mês em Luanda, para definirem os procedimentos de utilização do Angosat-1, lançado em órbita em dezembro de 2017.
Um dia após o lançamento em órbita do satélite angolano, a 26 de dezembro de 2017, surgiram notícias sobre problemas com a infraestrutura, nomeadamente a perda de comunicação e o seu desaparecimento, informação desmentida pelas autoridades angolanas e russas.
Esta semana, a imprensa russa voltou a noticiar que persiste a ausência de comunicação com o Angosat-1, estando as autoridades dos dois países a negociar a construção de um novo satélite.
Construído por um consórcio estatal russo, o Angosat-1 foi lançado em órbita, no Cazaquistão, com recurso ao foguetão ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo a Roscosmos, empresa espacial estatal da Rússia.
Globalmente, o projeto representa um investimento de 320 milhões de dólares do Estado angolano (269,6 milhões de euros) e pretende reforçar as comunicações no país, fornecendo serviços ainda para parte do continente africano.