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Mudança em angola independe da vontade do MPLA

Post by: 26 Mai, 2017

Os analistas de terceiro grau multiplicam-se em criar cenários desencontrados da realidade actual, e, por isso improváveis de acontecer, por estarem fora do contesto real objectivo dos critérios analiticamente viáveis programatizados pela actual correlação de forças entre si insurgentes no xadrez politico nacional actual.

Por Raúl Diniz

Pode até parecer intrigante para os nossos jovens de hoje entender essas minhas afirmações, porem, é fácil entender que a desgovernação do país trouxe uma instabilidade cada vez mais crescente e depreciou a vontade de liberdade do povo, sem esquecer que em 42 anos não criou riqueza que tranquilize o futuro das gerações presentes e vindouras.

Temos que ter a coragem de considerar seriamente convocar uma assembleia nacional constituinte para discutir-se em praça aberta um novo modelo constitucional abrangente, o país necessita de uma discussão livre em torno de problemas que afligem os angolanos. Até mesmo porque se faz precisamos discutir e aprovar uma reforma tributaria sustentável que crie e distribua melhor a riqueza. Não estou de modo algum preocupado com as analises bajuladoras feitas por outsiders que se multiplicam em actos de indómita graxa, em torno do candidato do meu partido, até porque essa gentalha oportunista desconhece os gemidos provocados pelos excessos que o regime autoritário impõe ao mais desfavorecidos e aos explorados dessa nossa portentosa Angola.

Existe de facto uma gritante e urgente necessidade de refundarmos o partido, que nos force a adotar outro estilo no modo de eleger democraticamente o corpo gerente do partido e também o seu presidente assim membros da direcção do partido. A validade do actual modelo a muito se esgotou. A militância não pode afastar do seu horizonte o gesto altruístico de João Lourenço em aceitar candidatar-se como cabeça de lista do MPLA num momento arriscado de falência político-económica e financeira. Porém, caso o MPLA perca as eleições de agosto de 2017 de maneira alguma se pode responsabilizar João Lourenço. A responsabilidade deverá ser assacada a todos nós militantes do MPLA, que nos deixamos enganar pelo actual presidente do partido, o único responsável do nosso infortúnio.

Apesar de JL ter aceite o convite de JES para ser o cabeça de lista do partido, isso não significa que o eventual resultado eleitoral positivo ou negativo lhe deva ser caucionado. Infelizmente para nós militantes não podemos ignorar a malfeitoria incrementada na administração do MPLA. O presidente JES trata o MPLA, como se o partido fosse propriedade sua. JES transformou o MPLA numa religião apelativa maligna, encriptada de ritos feiticista, magia negra, e credos satânicos a mistura. Além do mais, JES impregnou um exagerado condão de endeusamento da sua pessoa através do mediático culto de personalidade, que não se coaduna a nossa realidade politica.

 Assim sendo, podemos dizer quer não será nenhum fim do mundo caso nos deparássemos com a realidade de nos tornarmos oposição amanhã. Apenas teríamos de readaptar urgentemente o partido a nova realidade, porem, desta vez com o maior beneficio de não termos JES para nos atrapalhar na escolha do caminho que teremos que trilhar a sós. Por outro lado, existem razões objectivas de elegermos João Lourenço como líder e abandonarmos as praticas do totalitarismo herdadas do consolado de 38 anos da liderança de JES. Como militante há mais de 42 anos posso afirmar que o MPLA tem um presente enegrecido, quanto ao seu futuro é bastante nebuloso.

 Na verdade, não existe qualquer futuro que assegure uma tranquila transferência do poder de JES para JL caso a fraude se concretize. Até porque tenho plena certeza que nas mais de três décadas do pós-independência, o povo nunca foi dado nem achado, como pode haver mudança sem a participação directa do principal actor nesse eventual processo de mudança prometido pelo MPLA? Qualquer que seja a mudança de rumo desejada, essa mudança de rumo independe do desejo e/ou da vontade do MPLA. É completamente indefensável a ideia subjectiva e inaceitável que o MPLA seja de facto o principal vector decisório da tão esperada e mui desejada mudança.

Não se deve ignorar o modo terrorista como JES e seus capangas maltratam o soberano (leia-se Povo), nem como administram as instituições do estado. O terrorismo ataca sempre os sectores mais vulneráveis da sociedade golpeando-a traiçoeiramente. Assim age igualmente o nosso presidente, cujo modus operandi é o de aplicar golpes mortais no seio dos mais fracos que somam 98,5% da totalidade da população de explorados. Também seria um erro crasso acreditar que o MPLA represente a estabilidade político-social em Angola é inverídico.

 Além disso, que espécie de mudança poderia o MPLA operar em beneficio do povo?  Aliás, o que poderia realizar de concreto o MPLA em 5 anos, que não conseguiu realizar nos 42 anos de oportunidade que lhe foi concedido? Além de roubar as riquezas de todos, o MPLA incrementou a corrupção em larga escala e a internacionalizou-a além-fronteiras.

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