Competição Política Positiva ou Saudável
A competição política positiva consubestancia-se na tolerância política e livre liberdade de expressão; tratamento igual dos partidos e atores políticos perante a comunicação social pública; dispondo de um processo eleitoral transparente e de consenço.
Essa competição é essencial em democracia, pois serve de alavanca para se erguer uma sociedade de inclusão, onde vive-se a convergência de ideias diferentes para o bem de uma nação. Essa é a caracterização de uma competição política positiva ou saudável que devemos todos promover e defender em Angola.
Competição Política Negativa
Existe também uma outra vertente da competição política, onde os atores políticos substituem os interesses da nação pelos interesses do partido e dos interesses individuais. Uma competição política onde o playing-field da competição eleitoral é desigual; onde o processo não é transparente e consequentemente um processo em que os atores políticos não dão credibilidade. Aliás esse tem sido a causa de conflitos gerado pela disputa dos resultados das eleições em África.
A questão que se coloca agora, é que tipo de competição política eleitoral temos em Angola, ou seja nessas campanhas de Agosto?
Deixo os leitores a responderem essa pergunta. Mas eu acho que o nosso processo tivera vestido a camisa da competição política negativa, felizmente agora vestiu a calça da competição política positiva e eu explico o porquê.
As eleições de 1992 ficaram marcadas na história política como as eleições mais turbulentas de Angola de um lado, mas também como eleições que formaram os alicerces do multipartidarismo e da democracia por outro lado. Foi nessa fase em que a competição política em Angola caracterizou-se como competição política negativa, por simplesmente ter conduzido o país a mergulhar num conflicto armado.
No dia 4 e 6 Setembro de 2008, realizaram-se as segundas eleições caraterizada no seguinte:
- Vitória esmagadora do MPLA tendo a maioria absoluta com 84.64 por cento.
- Extinção de muitos partidos no Parlamento como PRD, PAJOCA, FPD, PLD, Partido de Apoio Democrático e Progresso de Angola, Fórum Fraternal Angolano Coligação e Plataforma Política Eleitoral.
- O decrescente número de assentos da UNITA no Parlamento.
31 de Agosto de 2012, realizaram-se as terceiras eleições caraterizada no seguinte:
- Entrada da coligação CASA-CE de Abel Chivukuvuku no mapa político como a terceira maior força política em Angola, tossindo a FNLA.
- O aumento de número de assentos da UNITA no Parlamento
- Continuação da hegemonia política do MPLA com 71,84 por cento
No dia 23 de Agosto do corrente ano de 2017, os Angolanos irão as urnas para votarem os seus representantes e assim ficará marcada como as quartas eleições democráticas em Angola. Neste preciso momento as campanhas políticas estão em curso, vários líderes políticos se movimentam por toda parte do país, com o objectivo de convencer o eleitorado sobre os seus programas de governação contido nos manifestos políticos.
Pode se notar que o ambiente da competição política dessas eleições está muito mais perto de uma competição política eleitoral positiva em comparação as eleições de 1992 por exêmplo, por seguinte razões:
- Pela primeira vez temos candidatos presidenciais novos e jovens comparando com as eleições de 1992
- João Lourenço, no comando do MPLA(novo candidato pela primeira vez)
- Benedito Daniel ao comando do PRS (novo candidato pela primeira vez)
- Abel Chivukuvuku ao comando da CASA-CE(candidato pela segunda vez)
- Issais Samukuva ao comando da UNITA(candidato pela terceira vez)
- O presidente Jose Eduardo dos Santos deixa a vida política em substituição o MPLA tem um novo rosto famosamente apelidado de JLO (João Lourenço) a comandar a campanha do MPLA.
- O MPLA agora enfrenta uma maior competição nessas eleições, porque o nivel de descontentamento do povo aumentou causado pela crise que o pais enfrenta; dali o slogan “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”. Por outra, tem um novo candidato e em política o eleitorado tradicional vota na cara mais conhecida, isso pode causar que certas pessoas ficam com aquela reserva, o tempo não é suficiente.
- Pela primeira vez, parece-me que chegou a competição política intensa entre as duas maiores forças políticas da oposição no país(UNITA e CASA-CE), o dilema ocorrido na Radio Despertar recentemente entre a UNITA e a CASA-CE é reflexo dessa competição. Essa competição é positiva mas pode cair no lado negativo se o mesmo perigrar a tolerância política e liberdade de expressão.
Em resumo temos um processo eleitoral razoável e os líderes políticos devem levar em conta que o carisma, e a articulação clara do manifesto político vincado da ansiedade do povo joga um papel preponderante nas campanhas. Essa é a fase de atirar a semente no campo, o dia 23 de Agosto será apenas a fase da colheita.
Agora para a semente germinar precisa de água e a água na minha analogia é a esperânça que os candidatos devem depositar nas mentes dos eleitorados, durante a presente fase de campanha eleitoral.
Quem vence nâo é aquele que pensa em ganhar as eleições mas aquele que atua e age com o espírito de vencedor. Uma coisa é querer almejar o poder, e a outra coisa é agir e trabalhar com o espírito de vencedor. A crênça em política é contagiante, se o líder em si não espelha a crênça e a esperança durante a campanha, os resultados refletiram exactamente isso. Ninguêm acredita em alguêm que não se acredita em si mesmo.
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POR: Moises Monteiro Antunes “Wima the Poet”
BREVE BIOGRAFIA DO AUTOR
Moises Monteiro Antunes “Wima the Poet”
- Consultor Político e de Relações Internacionais & Diplomacia
- Consultor Internacional de Inteligência de Mercado-SADC(Angola & África do Sul)
- Orador Motivacional
- Tradutor Ajuramentado (Inglês e Português)
South Africa