Representantes dos doentes de Angola em Portugal estão preocupados com a situação dos que perderam o apoio do Estado angolano e afirmam que as condições precárias em que vivem já contribuíram para a morte de pelo menos cinco cidadãos.
Trabalhadores do Hospital Divina Providência, em Luanda, entre enfermeiros, médicos e administrativos, anunciaram nova paralisação a partir da próxima segunda-feira para exigirem salários equiparados à função pública, melhores condições laborais e de alimentação e reposição de subsídios.
Angola vai contar com 88 milhões de euros para apoiar o combate ao HIV, malária, tuberculose e covid-19 até 2024, financiados pelo fundo global das Nações Unidas, foi hoje anunciado.
O surto de malária que Angola registou, nos últimos meses, com quatro milhões de casos e acima de 5.000 óbitos, “está a declinar”, anunciou hoje o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Angola registou, entre janeiro e maio de 2021, 3.799.458 casos de malária e 5.573 óbitos, representando um acréscimo de casos, mas uma redução de mortes face ao período homólogo, segundo a ministra da Saúde angolana.
Várias províncias angolanas estão a registar, nos últimos tempos, síndromes febris associadas a malária, dengue e chikungunya, que causaram só em maio 546 mortes, com Luanda a liderar a lista, anunciaram hoje as autoridades sanitárias.
O Presidente angolano autorizou a despesa e abertura do procedimento de contratação simplificada para construção, apetrechamento e fiscalização de hospitais nas províncias de Benguela, Malanje e Lunda Norte, no valor de 154 milhões de euros, foi anunciado.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola mostrou-se hoje preocupado com o número elevado de casos de malária registados no país nos últimos meses, alertando que esta doença mata mais do que a covid-19.
Uma doença ainda por identificar já matou, em menos de 15 dias, pelo menos dez crianças, que apresentaram um quadro de febres altas, diarreia e vómitos, no município de Cacuaco, província de Luanda, denunciaram moradores da zona.
Profissionais de saúde pediram hoje a intervenção do Presidente angolano para “travar” a escassez de materiais descartáveis, medicamentos e de recursos humanos nas unidades sanitárias, sobretudo em Luanda, que registam enchentes e mortes nos bancos das urgências.