Helen La Lime discursava hoje na abertura do seminário sobre Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Gestão da Saúde, que conta com o financiamento de cerca de 2,8 milhões de dólares (2,3 milhões de euros) do Governo norte-americano.
A diplomata norte-americana exemplificou que, em 2015, Angola não tinha fundos para a compra de antimaláricos e que, no mesmo ano, o país viveu uma epidemia de malária, um problema que deve ser resolvido ao nível mais alto, "para que nunca mais volte a acontecer".
Para Helen La Lime, o novo Governo angolano está empenhado em resolver este problema, tendo a diplomata acrescentado que foi renovado o compromisso da administração norte-americana, "para estar de mãos dadas com Angola, para contribuir a melhorar os serviços de saúde".
A embaixadora norte-americana acrescentou que entre 2015 e o ano em curso, o Governo norte-americano capacitou 300 técnicos de saúde na área de gestão farmacêutica em todo o país, que poderão dar avanço ao projeto.
A possibilidade de ter acesso à informação de saúde e logística em tempo real vai também permitir à Central de Compras de Medicamentos e Equipamentos de Angola (CECOMA) e às autoridades provinciais e municipais ajustar rapidamente o nível de armazenamento dos medicamentos e equipamentos de saúde em todo o país, considerou a embaixadora.
Helen La Lime referiu que, com este passo, o Ministério da Saúde junta-se aos mais de 50 outros países que já usam este sistema para melhorar a qualidade e a precisão dos seus dados.
Contudo, vincou que Angola "precisa fazer mais para assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a tratamentos de qualidade em tempo real".
O seminário que hoje arrancou vai permitir a transição para um sistema eletrónico, através de dois aplicativos informáticos, de monitoria e avaliação de serviços e produtos de saúde.
Nos próximos três dias, será elaborado um roteiro para a implementação de dois sistemas eletrónicos de informação - um que controla a cadeia de abastecimento para aquisição e distribuição dos medicamentos do país e outro que faz a gestão da informação sobre a incidência da doença em Angola.
"A implementação destes dois sistemas informáticos vai providenciar ao Ministério da Saúde uma melhor ferramenta para planear, monitorar e elaborar estratégias de saúde, baseadas nos dados, porque compreenderão melhor a incidência das doenças em diferentes regiões e a quantidades de medicamentos necessários para tratar os pacientes", considerou Helen La Lime.
Se em 2016 Angola tivesse já este tipo de sistema, o Ministério da Saúde poderia ter respondido mais rapidamente ao pico de malária e febre-amarela, o que poderá ser feito no futuro quando todas as unidades sanitárias estiverem munidas dessa ferramenta, enfatizou a embaixadora.
"As unidades sanitárias poderão identificar e responder aos surtos de doenças tanto a nível provincial como nacional. Angola, finalmente, pode esperar ter resultados reais na luta contra a malária, tuberculose e muitas outras doenças, que afligem o país", referiu.