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Antigo secretário de Estado do Orçamento é o novo PCA do BPC

Post by: 01 Novembro, 2017

O antigo secretário de Estado do Orçamento angolano, Alcides Safeca, foi hoje eleito como novo presidente do conselho de administração do estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC), o maior em Angola, substituindo Ricardo D'Abreu.

A decisão foi tomada hoje, em assembleia de acionistas daquele banco, realizada em Luanda, após a nomeação do anterior presidente do conselho de administração, que saiu para o cargo de secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República.

Fernando Heitor antigo deputado da UNITA, eleito como administrador executivo do BPC

De acordo com informação enviada hoje à Lusa pelo BPC, Ricardo D'Abreu renunciou à sua função, "por incompatibilidade", na sequência da sua nomeação pelo Presidente João Lourenço.

Por inerência de funções, o presidente do conselho de administração do BPC é também presidente da comissão executiva.

A assembleia universal de acionistas procedeu ainda à "alteração parcial" dos estatutos do banco, no que toca à composição do conselho de administração, que passa a integrar treze administradores, sendo nove executivos e quatro não executivos.

Fernando Heitor, economista e antigo deputado da UNITA, que no partido tinha a pasta das finanças públicas, que se incompatibilizou em 2017 com a liderança de Isaías Samakuva no maior partido da oposição angolana, faz parte das alterações aprovadas, sendo eleito como administrador executivo, de acordo com a mesma informação.

Aquele antigo deputado e dirigente da UNITA chegou a comparecer em várias ações do MPLA, partido no poder desde 1975, até às eleições gerais de 23 de agosto último.

Na reunião de hoje do BPC foi ainda eleito Dionísio Alberto Mendonça para presidente da mesa da assembleia-geral, bem como Sílvio Edilson Tomás Custódio, como vogal do conselho fiscal, em substituição de Márcio de Jesus Lopes Daniel que renunciou a sua função, por incompatibilidade, na sequência da sua nomeação para o cargo de secretário de Estado para a Reforma do Estado.

Dada a "elevada importância sistémica" do BPC no sistema financeiro, "bem como na sua estabilidade", os acionistas "recomendaram a continuidade do processo de reestruturação" daquele banco, "visando a sua reputação e rentabilidade nos próximos exercícios".

Estiveram presentes nesta reunião o Ministério das Finanças, em representação do acionista Estado, detentor de 75% do capital social, além de representantes do Instituto Nacional de Segurança Social (15%) e da Caixa da Segurança Social das Forças Armadas (10%).

A 19 de outubro, ainda antes de ser nomeado para secretário para os Assuntos Económicos do Presidente da República, Ricardo D'Abreu garantiu que o BPC vai entrar em 2018 já com o processo de saneamento da carteira de crédito malparado, superior a 2.500 milhões de euros, concluído.

O então presidente do conselho de administração garantiu que com o processo de saneamento da carteira de crédito malparado do BPC, através da venda de uma parte desse total a outra sociedade estatal, a Recredit, ainda este ano será possível "relançar a atividade do ponto de vista creditício" daquele banco.

"Praticamente está a ser finalizado [a venda de parte do crédito malparado]. É nosso objetivo que até ao final deste ano nós tenhamos já isso tratado com a Recredit, entrando em 2018 já com um outro tipo de balanço e uma outra estrutura, do ponto de vista da solidez e robustez do banco", afirmou Ricardo D'Abreu.

Em julho deste ano, questionado pela Lusa, o administrador explicou que o BPC tem 500 mil milhões de kwanzas (2.546 milhões de euros) na carteira de crédito malparado e que já foi emitida dívida pública no valor de 231 mil milhões de kwanzas (1.170 milhões de euros) a favor da sociedade Recredit, também estatal, que vai gerir os créditos problemáticos da banca angolana, a começar pelo BPC.

Daí que, explicou, esse valor será a "dimensão de crédito malparado que o BPC irá negociar com a Recredit", cabendo ao banco público recuperar a restante parcela, de cerca de 50%.

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