Uma comissão de gestão da Província de Benguela será criada para substituir Isaac dos Anjos até as eleições de 23 de Agosto de 2017, sustentada politicamente por Jú Martins com o apoio expressivo de Eduarda Magalhães e Veríssimo Sapalo.
Isaac dos Anjos ficará impossibilitado de ordenar em toda a extensão do governo, assim como de legalizar as suas pretensões pessoais, em seu nome e de terceiros.
Um filme que já tínhamos visto em Malanje com Flávio Fernandes, com os militantes a perderem o medo por este, e este a perder grande parte do património ilicitamente acumulado.
E eis como acaba mais um pretensioso herói. O mundo é pequeno e redondo.
Talvez a falta de conhecimento da província maravilhosa que é Benguela seja um dos seus problemas. Benguela é horrível? Vá embora e deixe espaço para pessoas inteligentes que amam Benguela, seu povo e, acima de tudo, saibam resolver os seus problemas
Chega a ser comovente a confiança que José Eduardo dos Santos, presidente da República em vias de ser substituído por João Lourenço, depositou a Isaac dos Anjos, 1º secretário do MPLA e governador provincial de Benguela. Lamentavelmente, como governador, já vinha com ideias pré-concebidas sobre os benguelenses: desqualificou-os ostensivamente, importou desnecessariamente quadros para Benguela, facilitou empresas de outros quadrantes, criou projectos duvidosos com dinheiro do erário público e teve as suas contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas, o suficiente para ser descartado do cargo.
Sacrificou injusta e descaradamente a província, mas, criou para si um patrimônio devidamente identificável, que comprova toda a sua verdadeira preocupação do seu consulado. Tudo acompanhado e alimentado pelo MPLA.
Mas, uma dobradinha entre Jú Martins e os cobardes do MPLA – Benguela, durante 5 anos, sustentou Isaac dos Anjos, no cargo de 1º secretário do MPLA e governador de Benguela.
Isaac dos Anjos, para quem não se lembra, enfeita o seu currículo de governante destemido, com um pedido de desculpa pública (inédito na história da governação de Angola) e uma sindicância promovida pelo MPLA, chefiada por Paulo Kassoma, secretário-geral do MPLA, para avaliação de Isaac dos Anjos e sua gestão político/governamental em Benguela (uma humilhação pública, sem memória, perante o Comité Provincial de Benguela e sociedade benguelense).
Jú Martins, membro do Bureau Político do MPLA e acompanhante de Benguela, foi conivente, e, por conseguinte, tem grandes responsabilidades nos desvarios de Isaac dos Anjos e na degradação total da província, já que impávido e sereno assistiu a tudo isto sem um único resmungo, ao ponto de assegurar numa das reuniões do Bureau Político um voto de confiança à Isaac dos Anjos.
Assim sendo, não me parece fácil fazer com que a turma do baixo clero que domina o MPLA apareça bem na foto…
No dia 26 de Abril de 2017, perante a presença de Paulo Kassoma, todos os militantes do MPLA, nomeadamente do Comité Provincial, os escolhidos, em privado (Adérito Areias, Amaro Ricardo, Octávio Pinto, Nelito Monteiro e Armando da Cruz Neto e numa outra circunstância - Eduarda Magalhães, Veríssimo Sapalo, Zacarias Davoca, Belito Xavier e Victor Moita), perdido o medo de Isaac dos Anjos, denunciaram a sua governação ruinosa e propuseram o seu consequente afastamento da liderança da província. Houve inclusivamente quem tivera chamado de “cancro no seio do MPLA”. Benguela não quer Isaac dos Anjos.
Votar no MPLA é votar na continuidade de Isaac dos Anjos.
Francisco Rasgado / Babalada
Jornal ChelaPress