Lindsay Northover, que falava à imprensa, à saída de um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, disse ser importante o combate à corrupção, lavagem de capitais e outros males, acrescentando que se trata de uma empreitada que diz respeito a todos, pois são males que prejudicam a sociedade e mancham o bom nome do país.
A enviada da chefe do Governo britânico disse ter tido uma “discussão muito abrangente” com o ministro Diamantino Pedro Azevedo. O encontro, disse, permitiu-lhe estar inteirada dos planos futuros e prioridades que o novo Executivo, liderado por João Lourenço, tem em carteiras.
Energia, água potável, construção civil, agricultura, formação de quadros, petróleos, são, segundo Lindsay Northover, alguns dos sectores prioritários. A emissária de Theresa May disse que se trata de áreas em que o Reino Unido tem experiência e tecnologia avançadas que podem ser transferidas para Angola.
“O Reino Unido está engajado no sector petrolífero angolano e em Angola existem muitas empresas britânicas envolvidas no sector dos petróleos. Estas empresas são fornecedoras de serviços, equipamentos e produtos do ramo”, realçou. Lindsay Northover informou que existe no Reino Unido um programa específico para apoiar as empresas britânicas nas exportações de conteúdos para o continente africano. O programa está sob a responsabilidade da Agência do Reino Unido para Apoiar as Exportações (UKEF).
Este ano, disse, a UKEF aumentou o valor financeiro em 50 por cento, passando de 500 milhões de libras para 750 milhões. A baronesa informou que 20 por cento dos 750 milhões de libras vão ser aplicados ao sector petrolífero por empresas britânicas a operarem em Angola.
Lindsay Northover salientou que, além das áreas citadas, o Reino Unido está aberto para cooperar com Angola em diferentes domínios. Apesar do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), disse, o Reino Unido tem trabalhado em conjunto com a União Europeia. “Estaremos sempre dispostos a trabalhar com a comunidade”, garantiu.
Ainda ontem, a enviada da primeira-ministra britância manteve encontros de trabalho com departamentos ministeriais do Executivo, com destaque para o sector da Saúde e da Educação. Lindsay Northover, que está desde quarta-feira em Luanda, regressa hoje ao Reino Unido.
Durante a sua estada no país manteve contactos com membros do novo Executivo, com destaque para o ministro de Estado para o Desenvolvimento Economico e Social, Manuel Nunes Júnior, os ministros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, do Comércio, Jofre Van-Dúnem Júnior, e o governador da provincial de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho.
O Reino Unido abriu a sua Embaixada em Luanda em 1978 e Angola tem a sua Embaixada em Londres desde a década 80. Angola é considerado um importante parceiro estratégico para as necessidades energéticas britânicas. O Reino Unido tem procurado reforçar as suas relações com Angola.
Em Março de 2009, o Governo britânico reabriu a sua linha de crédito para exportações com Angola no valor de até 70 milhões de dólares americanos para os investimentos inteiramente privados.
A British Petroleum (BP) é uma das principais companhias petrolíferas em Angola. O Standard Chartered, um dos maiores bancos britânicos, dispõe de uma posição privilegiada perante a Sonangol Finance Limited. A Lonrho, um grupo britânico, está activo nos sectores angolanos de transporte aéreo e da agricultura. A petrolífera angolana, Sonangol, e a companhia aérea de bandeira, TAAG, têm escritórios na capital britânica, Londres. (JA)