A posição foi assumida pelo Presidente angolano no final das conversações entre as delegações dos dois países, no âmbito da visita de Estado que está a realizar à África do Sul, e que esta manhã envolveu a assinatura de cinco acordos entre ministros dos dois governos.
Acordos que João Lourenço classificou como "importantes instrumentos de cooperação" que "vão mudar de forma substancial, daqui para a frente, o quadro da cooperação" entre os dois países.
"Dirigimo-nos à África do Sul com sentido de humildade, conscientes de que a África do Sul, em termos de desenvolvimento económico, está bem acima de Angola, que precisamos do investimento privado do empresariado sul-africano e estamos por isso a aproveitar esta oportunidade, também, para estender um convite ao empresariado sul-africano a ir investir em Angola", disse João Lourenço.
A visita de Estado de dois dias do Presidente angolano, a convite do homólogo sul-africano, Jacob Zuma, fecha esta tarde com um fórum de empresários de ambos os países, em Pretória.
O chefe de Estado recordou que Angola "conheceu um momento difícil, durante décadas, após a independência", devido à guerra, mas que os últimos 15 anos foram de "consolidação" da democracia.
Atualmente, disse ainda, Angola vive uma "fase de reconstrução nacional", que é ainda de "criar as bases para o nosso desenvolvimento económico", mas que até agora "pouco aproveitamos as grandes capacidades, as grandes potencialidades que a África do Sul tem e que nos pode oferecer para o nosso mais rápido desenvolvimento".
Da parte angolana pretende-se não só as exportações sul-africanas, mas a deslocalização de alguma produção para Angola.
"Para isso precisamos de abrir algumas portas, criar a facilidade de circulação de pessoas e de bens entre os nossos dois países, que é o que começamos a fazer agora, com a assinatura destes instrumentos. Precisamos de dizer ao mundo, e em particular à África do Sul, que Angola continua naquela fase de investir fortemente nas suas infraestruturas, destruídas pela guerra", apontou João Lourenço.
O chefe de Estado angolano disse sair desta visita "confiante" no apoio da África do Sul ao desenvolvimento angolano num "momento difícil que o país está a atravessar".
"E temos a certeza que não só Angola sairá a ganhar, como o contrário também será verdade. África do Sul ganhará com esta maior aproximação entre os nossos países, entre os nossos povos", apontou.