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Moody's diz que preço atual do petróleo antevê défice orçamental melhor em Angola

08 Fevereiro, 2018

A agência de notação financeira Moody's considerou hoje que o défice orçamental de Angola pode ser melhor que os 2,9% previstos pelo Governo porque o petróleo está mais caro que o estimado pelo executivo.

"O último plano económico do Governo prevê uma ambiciosa consolidação orçamental", escrevem os peritos da Moody's na análise que acompanha a colocação do 'rating' de Angola sob revisão negativa.

"Com os preços do petróleo bem acima dos 50 dólares por barril previstos pelo executivo e a desvalorização do kwanza a aumentar as receitas petrolíferas em moeda local, o resultado de 2018 pode ser mais favorável que o défice de 2,9% do PIB previsto atualmente pelo Governo", vincam os analistas.

Ainda assim, acrescentam, "o Governo enfrenta o desafio de conter a subida sustentada da dívida, dada a expectativa da Moody's de que o kwanza ainda se vai depreciar mais".

A Moody's colocou hoje o 'rating' de Angola sob revisão para descida devido à degradação da posição financeira do Governo ['balance sheet', no original em inglês] e ao aumento das necessidades de financiamento resultantes da assunção da dívida da Sonangol.

"A decisão de colocar o 'rating' em revisão para a descida foi desencadeada pela deterioração da posição financeira do Governo e o aumento das necessidades de financiamento, comparadas com as expectativas da Moody's em outubro de 2017, quando o 'rating' de Angola foi descido para B2", lê-se na nota que acompanha o anúncio.

A Moody's prevê também que a dívida pública suba para mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, crescendo 10 pontos percentuais só desde outubro.

"A dívida global de Angola face ao PIB já subiu 10 pontos percentuais para além do nível que a Moody's antecipava em outubro de 2017", quando a agência de notação financeira desceu o 'rating' do país para B2, ainda mais abaixo na recomendação de não investimento, escrevem os analistas na nota que acompanha a decisão de colocar a avaliação da qualidade do crédito em revisão negativa.

O aumento da dívida pública angolana deveu-se essencialmente "à depreciação do kwanza face ao dólar e ao apoio financeiro dado às empresas públicas no ano passado", o que faz com que a Moody's estime que a dívida pública tenha chegado aos 74 mil milhões de dólares, cerca de 66% do PIB, no final do ano passado".

Isto, "juntamente com o ajustamento cambial em curso e com a eliminação de 5 mil milhões de dólares em atrasos a fornecedores, [faz com que] o rácio da dívida deva ultrapassar os 70% no final deste trimestre".

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