João Lourenço foi eleito Presidente de Angola há precisamente um ano, substituindo o histórico José Eduardo dos Santos. Doze meses depois, o diretor do jornal angolano "O País", José Kaliengue, encontra diferenças, num país mais aberto, mas "em desequilíbrio", onde se "esvaziou o discurso da oposição".
"À parte do Governo, João Lourenço acabou por protagonizar também um espaço que devia ser reservado e explorado pela oposição que é esta questão da luta contra a corrupção", diz José Kaliengue.
Entre os problemas mais persistentes, José Kaliengue destaca uma economia demasiado dependente da importação, num país onde o petróleo começa a diminuir.
"Temos uma economia que não funciona, não produz, habituou-se a importar com o dinheiro do petróleo. Agora havendo menos petróleo - que agora a questão é haver menos petróleo, já não é a questão do preço - há menos dinheiro."
A imagem imaculada de João Lourenço dá força a um discurso contra a corrupção, que deixa nos angolanos a esperança de que as coisas podem mesmo vir a mudar: "João Lourenço é desta família mais ou menos imaculada. Esta autoridade moral para implementar esta luta contra a corrupção. Isto permite-lhe alimentar alguma fé dos cidadãos nesta sua luta. Mudanças mesmo só acontecem daqui a dois ou três anos." TSF