Até chegar à Jamba, a caravana do líder da UNITA teve o desafio de escalar primeiro a sede municipal do Kuito Kuanavale. Depois desta localidade, que em tempo de guerra era o ponto de partida das ofensivas das forças de Luanda contra a UNITA, a coluna de Isaías Samakuva percorreu terras arenosas e florestas densas em direção à Mavinga e Rivungo.
A sede municipal de Mavinga é ponto de paragem obrigatório, pela sua importância política e histórica e também pelo elevado número de antigos combatentes das FALA aí residentes.
O Presidente da UNITA vai partilhar com os militantes da UNITA e não só, a visão do Partido sobre a realidade política vigente no país, com destaque para as Autarquias Locais, que Mavinga e Rivungo podem ser pela distância que os separa da capital da província, por terem em seu território, recursos minerais, fauna e flora consideráveis, e pelo facto de estarem localizados próximo à fronteira de Angola com a Zâmbia.
O ponto mais alto da digressão do líder da UNITA pelo extremo sudeste, será, sem dúvida, a chegada à Jamba, antiga capital provisória de Angola, no tempo da Resistência Popular Generalizada, hoje tornada sede administrativa da comuna de Luiana, onde, até certa altura, ser-se da UNITA era como que candidatar-se voluntariamente à morte e à intolerância política.
Isaías Samakuva voltará a pisar o solo da Jamba 30 anos depois. Não vai encontrar, como é óbvio, a mesma Jamba que deixou em 1988, quando recebeu a missão de representar a UNITA no Reino Unido. Vai encontrar a Jamba destruída, na sua história, no seu tecido político, social e no seu simbolismo, porque o actual poder tudo faz para banir evidências do passado glorioso da UNITA, que estabelecera pacto de convivência pacífica e harmoniosa com elefantes, verdadeiros donos daquele espaço geográfico.