"Luanda é uma cidade que tem grandes desafios, veremos o que o novo governador irá fazer, não sei se ele terá experiência suficiente para estar a frente de uma estrutura tão importante como é Luanda, mas o tempo dirá", disse hoje Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, em declarações à agência Lusa.
O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou na quarta-feira Adriano Mendes de Carvalho do cargo de governador da província de Luanda, nomeando para aquelas funções, Sérgio Luther Rescova, primeiro secretário nacional da Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola (JMPLA).
Para Alcides Sakala, trata-se da "habitual dança de cadeiras" a nível da presidência angolana, afirmando que João Lourenço "vem tentando acertar a sua estratégia".
"Mas, fica o benefício de dúvida para aferirmos depois", atirou.
Questionado se anseia por dias melhores para capital angolana, província com cerca de sete milhões de habitantes, com a governação de Sérgio Luther Rescova, o também deputado à Assembleia Nacional falou em "ciclos incompletos" dos governadores de Luanda.
"O que temos verificado é que os governadores, muitas vezes, não terminam o seu ciclo de gestão da cidade e ficam depois programas incompletos, infelizmente tem sido assim", salientou.
Contudo, acrescentou, "sem tirar conclusões antecipadas fica o benefício da dúvida para vermos como é que ele poderá lidar com uma situação tão complexa que a gestão de uma cidade que tem milhões de habitantes".
De acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da República, além de Luanda, o chefe de Estado exonerou na quarta-feira outros dois governadores provinciais.
José Maria Ferraz dos Santos foi exonerado do cargo de governador da província do Cuanza Norte, sendo substituído nas funções por Adriano Mendes de Carvalho, até agora governador de Luanda.
Igualmente por decreto presidencial, Eusébio Teixeira de Brito foi exonerado do cargo de governador da província do Cuanza Sul, tendo o Presidente angolano nomeado para aquelas funções o ex-deputado e antigo governador de Luanda (MPLA) Job Pedro Castelo Capapinha.
Na informação disponibilizada pela Casa Civil do Presidente não são apontadas explicações para estas mudanças, que acontecem quando Angola prepara as primeiras eleições autárquicas no país, previstas para 2020.