Numa declaração apresentada pelo designado "primeiro-ministro do governo sombra", Raul Danda, o partido considera haver "uma péssima visão política para o sistema de ensino" nacional.
Para reverter o quadro, recomendou, entre várias medidas, que o Executivo reconheça o tempo de serviço dos professores, como um dos critérios para adequar as suas categorias.
Sugeriu o recrutamento de professores na base do voluntariado, para cobrir, ou no mínimo, reduzir em mais de 70 por cento o número de crianças fora do sistema do ensino, bem como o estabelecimento de parcerias com as igrejas e demais instituições privadas com espaços para albergar salas de aulas.
O maior partido da oposição pediu a compensação dos professores voluntários com a sua inserção nos concursos subsequentes, e que se garanta 13 anos de escolaridade mínima obrigatória no país.
Solicitou a adapção dos currículos escolares e académicos às necessidades do desenvolvimento humano e dos mercados de trabalho, que se alinhe às necessidades do reforço e promoção da identidade cultural nacional, bem como se atribua às escolas públicas o estatuto de unidade orçamentada.
Considerou insuficiente o número de 20 mil novos professores admitidos em 2018, uma vez que as necessidades oscilam entre 70 mil e 246 mil docentes para reduzir o número de alunos fora do sistema.
Segundo Raul Danda, o OGE de 2019 e os subsequentes deviam prever uma verba não inferior ao equivalente a 600 milhões de dólares, para cobrir encargos com a admissão de novos docentes.
Pediu a dignificação da classe docente e dos trabalhadores do sector da educação.
Entretanto, para minimizar as necessidades dos professores, o Executivo tem vindo a equacionar soluções, como a contratação de novos docentes e a melhoria dos salários dos profissionais da classe.
Em Maio de 2018, foram contratados 20 mil novos professores, que começam a leccionar já em 2019.
As províncias com maior número de contratações foram Luanda (2.650), Huíla (1.584), Benguela (1.376), Huambo (1.372) e Cuanza Sul (1.414).
Ainda nesta quinta-feira, a direcção da UNITA reuniu-se com representantes da União Europeia, que desenvolve um programa de auscultação de formações políticas angolanas.