José Eduardo dos Santos, também chefe de Estado, discursava na abertura da reunião extraordinária do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), tendo feito uma breve análise sobre a atual situação económica e financeira do país.
O Presidente angolano sublinhou a particular atenção que tem sido dada ao controlo da inflação, à estabilização das reservas internacionais líquidas e à aceleração dos processos que reduzam a dependência externa no acesso aos bens essenciais de consumo e condução à diversificação das receitas fiscais.
"Temos neste momento boas razões para confiar numa trajetória descendente da inflação, que já se situa próxima do intervalo que ambicionamos de uma variação mensal dos preços não superior a 1,5%", disse José Eduardo dos Santos.
Segundo o líder do MPLA, os bons resultados na "redução sensível dos preços dos bens da cesta básica, protegendo as famílias de menor rendimento", têm sido garantidos com a canalização meticulosa dos recursos cambiais para a importação dos bens de primeira necessidade e dos insumos necessários à sua produção, a par de uma política de rendimentos compatível com a trajetória de ajustamento.
"Foram definidas medidas concretas para estimular o fomento e o aumento da produção nacional, com vista a reduzir paulatinamente as importações daqueles produtos que podem ser produzidos internamente e a aumentar a diversificação e o aumento das exportações", enumerou.
José Eduardo dos Santos reconheceu que apesar dos esforços, o quadro de predominância de bens importados em que o país ainda se encontra tem impedido de momento "a adoção de medidas cambiais e monetárias clássicas".
"Como seriam uma desvalorização da nossa moeda, para proteção das reservas nacionais, e uma subida concomitante das taxas de juros para suster a inflação, que daí pudesse advir, porque o efeito combinado dessas medidas iria desacelerar o investimento privado e o indispensável, a diversificação sustentável da nossa economia", disse.
Para o líder do partido no poder em Angola, com essas medidas estão criadas "as condições para atender melhor as necessidades da população e da economia".
Angola enfrenta desde finais de 2014 uma das mais preocupantes crises económica e financeira do país, devido a baixa do preço do petróleo, a sua principal fonte de receitas, no mercado internacional.
Só entre janeiro e dezembro de 2016, a inflação disparou mais de 40%, mas desde o início deste ano está em queda.
LUSA