Deputada e membro do Comité Central do MPLA, “Tchizé”, pseudónimo pelo qual é conhecida, defendeu recentemente a destituição do Presidente da República, João Lourenço, acusando o Chefe de Estado de estar a fazer um “golpe de Estado às instituições” do país.
Para Américo Cuononoca, que falava à Rádio Nacional de Angola (RNA), os deputados são guiados pelo respeito à Constituição, ao Regimento Interno da Assembleia Nacional (AN) e ao estatuto dos parlamentares.
“Esse assunto deve ser tratado pela AN. Como militantes do MPLA temos a Comissão de Disciplina e Auditoria”, disse em alusão ao pronunciamento da deputada, que está fora do país há mais de 90 dias, tempo superior ao regulamentado pelo parlamento.
A partir de Londres, Reino Unido, onde se encontra, "Tchizé" dos Santos disse que está fora de Angola porque teme pela sua vida.
Outras reacções
Na sequência do pronunciamento da deputada, o maior partido da oposição em Angola (UNITA) considerou haver “indicação que o MPLA (partido no poder) está profundamente dividido”.
Para o secretário do MPLA para os Assuntos Políticos Eleitoras, Mário Pinto de Andrade, as insinuações da UNITA não se colocam no seu partido, acrescentando que o MPLA possui mecanismos para discutir os problemas internos.
Mário Pinto de Andrade afirmou que o pronunciamento de “Tchizé” dos Santos não abala o MPLA.
O dirigente descartou uma eventual tendência de se criar uma corrente no MPLA, argumentado de forma irónica que “uma pessoa não faz corrente, nem faz faísca”.
Segundo defendeu, se Tchizé dos Santos tem algo a dizer deve regressar à Angola e discutir esses assuntos na reunião do Comité Central (MPLA) ou no Parlamento.