Ao intervir na abertura do VII Conselho Consultivo, que decorre na cidade do Caxito, província do Bengo, a ministra Carolina Cerqueira destacou os "sérios progressos" feitos nos últimos 12 meses em matéria de definição do papel das congregações religiosas quer no quadro da espiritualidade quer no domínio social e legal.
Além do encerramento de mais de 2.000 confissões religiosas ilegais, o Governo fechou também centenas de lugares e sítios de culto, que funcionavam fora das normas estabelecidas.
"O Estado passou a assumir o seu papel definidor da ação destas congregações, separando aquelas que exercem realmente uma ação social forte, das que mais se assemelhavam a empresas com rótulo religioso", disse a ministra.
Carolina Cerqueira frisou que o Governo vai ter de acompanhar mais a ação das congregações religiosas, "de modo que as populações deixem de ser ludibriadas por falsos profetas, que vendem ilusões a trovo de dinheiro ou de outros favores".
"As congregações religiosas, sem exceção, precisam de ser importantes parceiros do Estado, no quadro da execução de políticas públicas sociais", referiu.
Angola conta atualmente com apenas 77 igrejas legalizadas e mais de 2.000 confissões ilegais.
A proliferação das várias igrejas foi alvo de uma atenção especial do Governo angolano a partir de finais de agosto de 2018 e, no início de outubro, o executivo do Presidente João Lourenço decidiu extinguir as plataformas ecuménicas no país, cuja criação data de junho de 2015, para "normalizar o exercício da liberdade de religião, crença e culto" previsto na Constituição.
Na anterior legislação, estava definido que, para organizar a prática religiosa, havia seis plataformas ecuménicas - Conselho de Reavivamento em Angola (CIRA), União das Igrejas do Espírito Santo (UIESA), Fórum Cristão Angolano (FCA), Aliança das Igrejas Africanas (AIA), Igreja de Coligação Cristã (ICCA) e Convenção Nacional de Igrejas Cristãs em Angola (CONICA).