Archer Mangueira disse que, a ser feito um aumento aos combustíveis, será no âmbito de uma recomendação geral do FMI.
"Foi uma recomendação geral que o Fundo fez, em relação à necessidade de reduzir o nível de subsídios e essa redução passa por ajustamentos de preços de bens fixados", referiu Archer Mangueira, em declarações à rádio pública angolana.
O titular da pasta das Finanças em Angola sublinhou que cabe agora ao executivo angolano, no âmbito do programa tem levado a cabo de estabilização macroeconómica, "ver, primeiro, se são recomendações que se encaixam bem, e, segundo, o momento adequado de as aplicar".
Há cerca de um ano, o governante angolano tinha já admitido um cenário de aumento dos preços dos combustíveis no país, mas em paralelo com medidas para mitigar efeitos negativos na vida das famílias.
A mesma intenção chegou a ser admitida pelo presidente do conselho de administração da Sonangol, Sebastião Pai Querido Gaspar Martins, aquando da sua tomada de posse, em maio deste ano, indicando apenas que decorre um trabalho conjunto de concertação "de modo a que todos se sintam satisfeitos" com o ajustamento dos derivados de petróleo.
"O certo é que tem de ser um preço que satisfaça de modo financeiro os cofres do Estado, mas que também faça com que a população não seja penalizada", disse na altura o presidente da petrolífera estatal angolana.
Para o FMI, ajustar o valor da venda dos combustíveis serviria para "refletir as mudanças nos preços internacionais" e na taxa de câmbio, introduzindo "um mecanismo automático de ajuste de preços".
Angola, apesar de ser o segundo maior produtor de petróleo em África, importa cerca de 80% dos combustíveis que consome, devido à reduzida capacidade de refinação interna.
Para manter os preços artificialmente baixos, o Governo atribui subsídios aos combustíveis, que já sofreram em outros anos alguma redução.