Segundo a nota da Casa Civil da Presidência da República angolana, João Lourenço, que é acompanhado pela "primeira dama", estão previstos encontros ao mais alto nível, nomeadamente com o homólogo cubano, Miguel Díaz-Canel, estando previsto, para o final de segunda-feira, a assinatura dos acordos de cooperação.
Em princípio, está prevista a assinatura de vários instrumentos de cooperação ligados aos setores da educação e ensino superior, desenvolvimento dos recursos humanos, saúde, assistência e proteção social, habitação e cultura, devendo também ficar definida uma nova recalendarização da dívida de Angola a Cuba, cujo montante não é revelado.
Ainda na segunda-feira, as autoridades dos dois países rendem homenagem ao primeiro Presidente angolano, António Agostinho Neto (1975/1979), no parque dos Heróis Africanos, em Havana.
De seguida, o chefe de Estado angolano deposita uma coroa de flores no Panteão, erguido no Cemitério de Colón, em Havana, em honra aos combatentes cubanos falecidos em Angola.
No mesmo dia, João Lourenço dá uma conferência na Universidade de Havana e ainda visita o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, mundialmente conhecido pelas suas pesquisas avançadas em áreas de saúde, em especial nos trabalhos para a cura do cancro.
Já na terça-feira, o estadista angolano visita a Zona Especial Portuária de Desenvolvimento de Mariel, em Havana, e terá um encontro com bolseiros angolanos.
A deslocação de João Lourenço a Cuba acontece 23 dias depois, através do chefe da diplomacia angolana, Manuel Augusto, ter enviado uma carta ao Miguel Díaz-Canel, em que "enalteceu os laços históricos que unem os dois Estados".
Em abril, o vice-presidente do Conselho de Ministros da República de Cuba, Ricardo Cabrisas Ruiz, esteve em Angola, com o propósito de reforçar os laços de amizade e identificar novas áreas para cooperação.
Na visita, que incluiu a realização da 14.ª sessão da Reunião Intergovernamental Angola/Cuba, os dois países, à procura de diversificar a economia, manifestaram o desejo de inaugurar uma nova etapa na já longa, desde 1976, relação bilateral, apostando no investimento mútuo empresarial.
A tradicional cooperação bilateral tem sido praticamente igual desde 1976, ano em que foi assinado um acordo geral de cooperação em vários domínios, como o militar, defesa, segurança, saúde, educação, ensino superior, petróleos e indústria.
Os dois países defenderam na mesma ocasião a necessidade de se fazer um trabalho "conjunto e sistemático", para que se tenha uma maior presença de empresas angolanas a operar em Cuba, em setores de interesse mútuo, no quadro das projeções do desenvolvimento económico e social a curto, médio e longo prazos, e vice-versa.
Para tal, as duas partes sublinharam a necessidade de se ter em conta um "melhor e mais consistente acompanhamento da execução física e financeira dos acordos e dos contratos assinados" no passado, que serão reanalisados à luz dos novos desenvolvimentos políticos nos dois países.
O governante cubano disse ser desejo de Cuba colaborar com Angola nos distintos eixos do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018/22, sobretudo nas áreas da educação e ensino superior, desenvolvimento dos recursos humanos, saúde, assistência e proteção social, habitação e cultura.
Atualmente, dados da missão diplomática de Cuba em Luanda indicam que estão em Angola 2.077 colaboradores cubanos, que prestam serviço nos mais variados domínios.