O secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Alves da Silva, explicou que a autorização do número de vagas "obedece ao princípio da salvaguarda da qualidade da formação".
O governante angolano deu nota que o número de vagas solicitadas pelas instituições do ensino superior angolanas, para o ano académico 2021/2022, aumentou de 164.842 para 186.670 representando o incremento de 11,6% em relação ao ano anterior.
Em relação às vagas autorizadas, disse, “passaram de 133.672 para 144.301, ou seja, mais 7,3%” em relação ao ano académico 2020/2021”.
A rede nacional do ensino superior em Angola é composta por 93 instituições, legalmente reconhecidas, sendo 29 públicas e 64 privadas e três novas universidades públicas, “resultantes da reorganização da rede”, vão fazer parte deste subsistema de ensino a partir deste ano académico.
Uma nova universidade e mais três novos institutos superiores privados vão entrar em funcionamento neste novo ano letivo em Angola compondo um universo de 100 instituições.
Segundo Eugénio Alves da Silva, para a atribuição do número de vagas às instituições, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) avalia vários itens que vão desde o corpo docente “em quantidade e qualidade” à percentagem de docentes em regime de efetividade.
O número de salas e de laboratórios específicos para cada curso, a taxa de reprovação, por curso, nos últimos três anos, a capacidade de orientar práticas laboratoriais e estágios curriculares constam também entre os requisitos para a atribuição do número de vagas às instituições.
Nas áreas das ciências sociais, comércio e direito foram solicitadas 73.327 vagas, mas o MESCTI autorizou apenas 61.737, para agricultura, florestas e pescas foram solicitadas 1.738, mas autorizadas 1.583, e para engenharia, indústria de transformação e produção foram solicitadas 30.487 vagas e autorizadas 26.749 vagas, entre outras áreas.
As instituições do ensino superior em Angola ministram um total de 1.905 cursos com a psicologia (74), direito (59), enfermagem (47), contabilidade, finanças e auditoria (40), gestão (40), engenharia informática (39) a liderarem os cursos ministrados.
Eugénio Alves da Silva lamentou também que em Angola, “um país que quer fazer da agricultura a base fundamental para o desenvolvimento”, existam apenas quatro cursos de agronomia, dois de aquicultura, dois de engenharia zootécnica.
“E nas áreas das ciências, como a matemática, química, física e biologia, há apenas um curso e o desenvolvimento do país não se pode fazer sem esses especialistas e daí que a nossa aposta é mudar a atual composição de cursos”, apontou.
As inscrições para os exames de acesso nas instituições de ensino superior públicas tiveram início na segunda-feira e decorrem até 13 de agosto, sendo que os exames estão agendados entre 23 e 27 deste mês.
Para as instituições privadas, as inscrições estão aprazadas entre 30 de agosto e 10 de setembro e os exames entre 13 e 17 de setembro.