Em declarações à agência Lusa o mandatário de campanha da UNITA, Estêvão José Pedro Katchiungo, considerou que a TPA não está a dar um tratamento igual às forças políticas envolvidas em campanha, algo que, acusou, "viola os princípios éticos, o código de conduta dos jornalistas e a lei eleitoral".
"Isto está a tomar contornos de crime (...) É escandalosamente desproporcional o tempo e o destaque dado pelos órgãos de comunicação social estatais" ao candidato do MPLA, João Lourenço, em detrimento dos restantes cabeças de lista, considerou o responsável da UNITA.
Numa carta enviada hoje ao conselho de administração da TPA, o mandatário da UNITA formalizou a recusa da UNITA em conceder à televisão uma entrevista com o seu presidente, Isaías Samakuva.
Estêvão José Pedro Katchiungo considerou na missiva "não ser de interesse público o expediente alternativo das entrevistas individuais (...) pelo que declinamos o convite que nos foi formulado para uma entrevista ao candidato da UNITA para o próximo dia 14 de agosto".
O convite para uma entrevista tinha partido da Televisão Pública de Angola (TPA) e surge integrado num conjunto de conversas individuais com os cabeças de lista dos partidos que disputam as eleições gerais do final do mês.
Para a UNITA, à medida que avança a campanha para as eleições gerais de 23 de agosto a TPA tem vindo a converter-se "numa autêntica máquina de propaganda político-partidária que utiliza o património público e os seus espaços privilegiados para publicitar a plataforma político-eleitoral do partido MPLA e do seu cabeça de lista", João Lourenço.
Por isso mesmo, disse o mandatário à Lusa, a UNITA vai "prescindir da cobertura da TPA nas restantes ações de campanha" do partido do galo negro.
"Convidamos a TPA a não estar presente", sintetizou.
Por outro lado, o mandatário da UNITA insiste na proposta do seu partido de um "debate público" na televisão entre o candidato Isaías Samakuva e o candidato do MPLA, João Lourenço, algo que ainda não teve resposta.
"A vontade do eleitorado é ouvir os candidatos a defender os seus programas. Esta proposta até deveria ter partido da TPA, mas tivemos de ser nós a lançar o desafio", concluiu.