Eugénio Laborinho, que falava hoje durante a cerimónia de apresentação do novo comandante geral da PNA, na sede do Ministério do Interior, em Luanda, exigiu “mais trabalhos e resultados satisfatórios”.
O comissário-geral Arnaldo Manuel Carlos foi nomeado na segunda-feira, pelo Presidente da República, João Lourenço, substituindo Paulo Gaspar de Almeida, que foi exonerado uma semana depois dos atos de vandalismo em Luanda, durante uma paralisação de taxistas, que o chefe do executivo considerou como “um ato de terror” que visava tornar o país ingovernável e "subverter o poder democraticamente instituído".
Para o ministro angolano, Arnaldo Manuel Carlos deve pautar-se, no exercício das suas funções, pelo “diálogo permanente, gestão de quadros, profissionalismo e olhar para a progressão na carreira”.
Eugénio Laborinho, que acredita que o novo comissário-geral venha exercer o cargo com “uma visão mais ampla” no domínio da prevenção e combate à criminalidade, recordou que este assume a função “numa altura em que Angola regista alguns atos tendentes à alteração da ordem”.
Recomendou, por isso, “um policiamento de proximidade, uma ação mais proativa e o reforço da cooperação com todos os órgãos que intervêm na administração da justiça”.
A mudança da chefia da PNA “ocorre num momento bastante importante devido à realização das eleições gerais e exige da polícia maior organização, estruturação, profissionalismo, prontidão, sacrifício e capacidade de resposta às ações de alteração à ordem”, notou.
Para que, realçou, “o pleito eleitoral previsto para agosto ocorra num ambiente de paz e tranquilidade”.
Laborinho, na sua intervenção, reiterou a necessidade de o novo comandante-geral da corporação ser mais dialogante, defendendo também uma atenção especial às condições sociais dos efetivos, às casernas e às unidades.
O novo comandante-geral da Polícia Nacional de Angola (PNA) prometeu, por seu lado, apostar numa ação “mais preventiva” na atuação dos efetivos de modo a se “acautelar o dano social e elevar a confiança e a paz social”.
“Vale mais prevenir do que termos que esclarecer crimes para se acautelar o dano social e elevar a confiança e a paz social. Essa prevenção será realizada mediante a interação permanente com toda a população, com toda a sociedade civil”, assegurou Arnaldo Manuel Carlos
No entender do novo comandante-geral da PNA, a corporação deverá precisar igualmente da intervenção de outras instâncias para remover os fatores geradores da criminalidade, “com realce para a situação da vulnerabilidade social que permite a ocorrência de determinados crimes”.
O novo responsável da PNA apontou a “enorme responsabilidade” com que assume o cargo, tendo em conta a magnitude e missões que a Constituição e a lei conferem à polícia nacional.
“Por isso, tudo faremos para que sejamos dignos da confiança que nos foi dada, primando por elevados níveis de profissionalismo e abnegação contando com o empenho de todo o efetivo”, garantiu.
Para o novo comandante-geral da polícia angolana, a ação do efetivo “deve ser também pedagógica e proativa”, garantindo prestar atenção ao perfil e dificuldades dos membros da corporação que dirige.
Um desafio “muito particular” para este ano, sublinhou, “tem a ver com a elevação dos níveis de segurança antes, durante e depois das eleições, seguindo as orientações e esforços que já têm sido feitos”.
As próximas eleições gerais em Angola estão previstas para a segunda quinzena de agosto deste ano.
Angola, com cerca de 30 milhões de habitantes, conta com mais de 100 mil efetivos espalhados pelas 18 províncias do país.