Técnica há vários anos em uso em diversos países, com destaque para os Estados Unidos da América e Brasil, e também em alguns europeus, a chamada telefónica para os eleitores é usualmente tida como eficaz na aproximação com o potencial eleitor que esteja indeciso.
Nesta campanha, como contaram ao Novo Jornal Online alguns dos contactados, os operadores da CASA-CE procuram primeiro explicar a importância de votar e depois, numa segunda fase, convencer o cidadão da bondade das propostas que a candidatura tem para a governação de Angola após as eleições gerais de 23 de Agosto.
Estes telefonemas, que tiveram início há cerca de 15 dias, são de curta duração e visam, como explicou o vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, levar o eleitor a olhar para a Coligação como a melhor escolha no dia 23 de Agosto e ainda para alertar os eleitores sobre os "vários constrangimentos" que foram detectados durante a campanha eleitoral.
Estas são as 4ªs eleições por voto directo e universal desde que Angola optou pelo multipartidarismo em 1991.
As eleições gerais de 23 de Agosto contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.
Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.
O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12 512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25 873 Mesas de Voto.
"Quem quiser falar hoje de política começa inevitavelmente por enumerar todos os preconceitos que existem contra ela" (Hannah Arendt, 1993). Há um problema grave, que percorre transversalmente quase todos os países do mundo que se guiam pela chamada democracia representativa. Na verdade, são vários problemas que acabam por se resumir infelizmente, numa fobia generalizada e muitas vezes injusta, contra os chamados políticos profissionais, se bem que preferíssemos chamar-lhes políticos de carreira.
NJ