O candidato da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) respondia à agência Lusa, no Kuíto, onde hoje realizou um comício no centro da capital da província do Bié, reunindo milhares de apoiantes.
Apesar das críticas à gestão que tem sido feita do dinheiro do Estado nos últimos 42 anos pelo MPLA, partido no poder, Chivukuvuku escusa-se a pronunciar-se sobre o futuro desses políticos, em caso de afastamento do poder, após as eleições gerais.
"Nós não podemos partir do princípio da acusação. O que nós estamos a dizer é que nós vamos fazer primeiro o levantamento da situação do país. Vamos convidar o Fundo Monetário internacional [FMI] e o Banco Mundial para trabalhar com a equipa de transição, de forma a fazer o levantamento geral do estado o país", disse o candidato e líder da CASA-CE, segunda maior força da oposição angolana, questionado pela Lusa.
Mantendo as críticas aos 42 anos de gestão do MPLA em Angola, Abel Chivukuvuku, candidato à eleição indireta para o cargo de Presidente da República nas eleições gerais de 23 de agosto, afirma que o país e a comunidade internacional, em caso de vitória da CASA-CE, serão informados sobre o real estado das contas angolanas.
"E só depois disso é que tomamos posse. É uma questão d responsabilidade, para que a mudança seja ordeira, pacífica e bem conduzida, com serenidade", refere.
Já sobre a responsabilização à corrupção que afirma viver-se no poder em Angola, o líder da CASA-CE não se compromete: "Na altura própria saberemos avaliar com pragmatismo, com serenidade. Para nós, o passado não deve condicionar o futuro. Preferimos lançar o futuro e não nos preocuparmos muito com o passado, queremos é a realidade".
Abel Chivukukuvuku insiste que em caso de eleições livres justas e transparentes em Angola - que afirma não estar ainda a acontecer - a CASA-CE sairá vencedora do ato eleitoral de 23 de agosto.
Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.
A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.