"O número de angolanos registados em Portugal para votar em Portugal ronda os 6 mil", disse Carlos Alberto Fonseca, salientando que os números são aproximados e resultam do processo de recenseamento lançado em janeiro e que terminou no final de março.
De acordo com informações da embaixada prestadas hoje à Lusa à margem do Fórum Eurafrica, que decorre hoje e sexta-feira em Carcavelos, nos arredores de Lisboa, há cerca de 4.500 eleitores angolanos registados em Lisboa e à volta de 1.500 no Porto, de um total que ronda os 40 mil em Portugal.
Questionado sobre o impacto e a eventual instabilidade nas eleições devido ao caso que divide a família do antigo Presidente da República José Eduardo dos Santos relativamente ao local do enterro, o embaixador escusou-se a comentar muito o caso: "Não creio que possa haver instabilidade, há questões que são importantes, mas o processo eleitoral ocupa grande parte das nossas preocupações, é muito importante, mas são dois casos diferentes", afirmou.
Em declarações à Lusa e à RTP África, Carlos Alberto Fonseca disse que a disputa relativamente ao local do enterro "está a ser tratada ao nível adequado", escusando-se a pormenorizar.
Sobre as eleições, o embaixador admitiu que "em condições normais pode haver um ânimo mais exaltado num momento", mas acrescentou que "depois tudo cai na realidade" e mostrou-se confiante que o processo eleitoral que conduz às eleições gerais de 24 de agosto vai decorrer com normalidade.
"Não é o primeiro processo eleitoral que realizamos, é o quinto processo que fazemos, naturalmente que o ambiente é de campanha de uma parte e de outra, depois tudo vai correr dentro dos parâmetros normais, já temos experiência na realização de eleições", vincou o embaixador.
Os angolanos no estrangeiro vão poder votar pela primeira vez nas eleições gerais que se realizam em agosto.
O ex-Presidente angolano faleceu em 08 de julho deste ano, em Barcelona, Espanha.
Uma das filhas do ex-chefe de Estado, Welwitschia "Tchizé" dos Santos, acusa João Lourenço de querer fazer um aproveitamento político da morte do pai, que morreu em Barcelona, e afirma que vai lutar até ao fim contra a ida do corpo para ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder, afirmando que era esta a vontade do pai.