Uma nota da JURA refere que o movimento juvenil da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) “tomou conhecimento por meio de várias denúncias anónimas de pessoas do bem, que se identificaram como partes do plano macabro que o regime quer levar a cabo, que mandou produzir milhares de materiais de propaganda com símbolos e dizeres da UNITA e da JURA, para vestir e infiltrar pessoas ligadas ao regime e forças de segurança na manifestação" convocada para este sábado.
Segundo a JURA, a suposta infiltração desses elementos visa “criar distúrbios, ferir pessoas, danificar meios públicos e culpabilizar a UNITA por eventuais estragos, como é de hábito”.
“A manifestação é um direito constitucional e a Juventude Unida Revolucionária de Angola condena a intenção de quem nos governa, de querer manter-se sempre num Estado autoritário, ditatorial e sem direitos de facto”, avança a nota.
No mesmo documento, “a JURA apela aos jovens angolanos a continuarem vigilantes e denuncia o responsável único de qualquer distúrbio que vier a acontecer”.
“A JURA serve-se desta, ainda, para exortar a todos os jovens, cada um na sua província, a participar massivamente na manifestação, de forma ordeira, vigilante e disciplinada”, exorta ainda o movimento juvenil do maior partido da oposição em Angola.
Uma manifestação contra o aumento dos combustíveis, o fim da venda ambulante e a proposta de lei de alteração dos estatutos das organizações não-governamentais (ONG) está prevista para sábado em todo o país.
Os temas, sobretudo o aumento da gasolina devido à retirada parcial das subvenções aos combustíveis, suscitaram já protestos e confrontos com a polícia em várias províncias angolanas, que resultaram em, pelo menos, cinco mortos e dezenas de feridos e detidos.
Um manifesto divulgado na página da rede social Facebook da organização cívica Mudei apela à "solidariedade social" e à cidadania sob a forma de ações coletivas para combater as "injustiças" que consideram estar a afetar várias classes, das 'zungueiras' (vendedoras ambulantes) aos taxistas que “não receberam a isenção anunciada ao aumento do preço da gasolina”.
A nota destaca a "crise humanitária à escala nacional" apontando a "omissão" do Estado angolano "que recorre à repressão e à violação explícita de direitos fundamentais quando as vozes cidadãs se fazem ouvir".
O manifesto sobre a manifestação nacional de 17 de junho é subscrito por 16 organizações cívicas espalhadas pelo país e por 46 ativistas e membros da sociedade civil.